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sexta-feira, abril 19, 2024

Metalúrgicos fecham rodovia Anchieta para protestar contra demissões

Mercedes Benz anunciou que vai dispensar 1,5 mil trabalhadores.
Metalúrgicos querem entrar no Programa de Proteção ao Emprego.

Milhares de metalúrgicos fecharam a Via Anchieta, na altura de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na manhã desta quarta-feira (26). A Anchieta é uma das principais rodovias que ligam a capital ao litoral de São Paulo. Os metalúrgicos são funcionários da Mercedes-Benz e protestam contra as demissões anunciadas pela empresa.

O protesto começou pelas ruas da cidade e seguiu para a Anchieta. Dez mil participaram, segundo o sindicato. A PM diz que foram cinco mil. A Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes informou que a rodovia ficou bloqueada em um trecho de cinco quilômetros.

A Mercedes anunciou que vai dispensar 1,5 mil trabalhadores. As demissões começaram na sexta-feira (28). Na segunda-feira (24), os metalúrgicos decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Eles querem entrar no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do Governo Federal, mas a empresa disse que o PPE não é suficiente. Desde segunda-feira não se produz nada na Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo. Mesmo assim, o pátio continua lotado.

Em São Paulo, a indústria automobilística demitiu quase 24,5 mil trabalhadores. Desde o começo do ano, as montadoras estão adotando medidas para evitar as demissões. A
Volkswagen de São Bernardo abriu um programa de demissão voluntária em janeiro, deu férias coletivas em maio e em junho colocou mais de 200 trabalhadores no sistema de lay-off, quando há suspensão temporária dos contratos de trabalho. Em julho, além de fechar o terceiro turno, aumentou o numero de trabalhadores em lay-off.

A Ford começou abril com o programa de demissão voluntária, deu lay-off em maio para 200 trabalhadores e férias coletivas para toda a produção. Em junho, implantou novo programa de demissão voluntária e no mês passado paralisou toda a produção.

A Scania implantou a semana de quatro dias em maio, reduziu a jornada em junho e deu férias coletivas até o começo de julho.

A Mercedes-Benz reduziu a jornada de 715 trabalhadores em julho do ano passado. Em maio, abriu o programa de demissão voluntária, em junho deu férias coletivas e em julho anunciou novo programa de demissão voluntária.

“Nós estamos reivindicando a adoção do Programa de Proteção ao Emprego. Na nossa avaliação, a queda que estamos vivendo no setor de caminhões se reverte a partir de meados de 2016. Se empresa adotar o programa hoje, por um ano, isso nos daria uma estabilidade por 16 meses”, afirma Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.

A Mercedes-Benz não quis gravar entrevista, mas informou que a adoção do PPE não basta, porque hoje a montadora tem um excedente de mais de dois mil trabalhadores.

Na última sexta-feira (21), os trabalhadores que vão ser demitidos a partir de 1º de setembro começaram a receber os telegramas. “É triste. A gente sempre trabalhou certo, como todo mundo na situação que a gente se encontra, e de repente chega uma surpresa dessas na nossa casa”, relata o montador Joab Queiroz de Almeida.

Até agora não há um balanço fechado da adesão ao PPE. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) diz que são, pelo menos, quatro empresas de autopeças e uma montadora. “É um instrumento novo. Os dois lados, tanto o patronal, como dos trabalhadores, precisam aprender. Mas o mais importante, o PPE só pode ser concluído e só terá sucesso se houver um amadurecimento na relação capital-trabalho”, avalia Luiz Moan, presidente da Anfavea.

Uma empresa de autopecas de Diadema, na Grande Sao Paulo, já demitiu 50 funcionários este ano e para evitar que mais gente vá para a rua, quer aderir ao programa. A empresa já fez um acordo com os funcionários para reduzir em 10% a jornada de trabalho e os salários. Em compensação, durante um ano e quatro meses ninguém poderá ser demitido.

Serão dois dias de trabalho a menos no mês. Na prática, a redução no salário será de 5%, porque os outros 5%o serão repostos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A empresa deu entrada na documentação no Ministério do Trabalho e agora aguarda uma resposta. “A empresa tem que procurar todo tipo de redução de custo. E quando se fala de redução de custo, revisão de despesas, passa também pelo quadro de pessoal. Então, esse programa veio dar um fôlego a mais para as empresas passarem por esse momento difícil que está o mercado”, afirma Edson Fernandes, gerente de RH da empresa.

A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou o balanço do mês de julho. Em 2014, 367 mil trabalhadores do setor estavam trabalhando. Em julho deste ano eram 334 mil, o que significa a demissão de 33 mil nos últimos 12 meses.

Fonte: Jornal Hoje

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    Paulistano, empresário, aquariano e prestativo. É apaixonado pelos temas marketing digital, mobilidade urbana, recursos humanos e empreendedorismo. É o criador dos sites de mobilidade do Grupo PLN. Quer entrar em contato com o Eduardo? Conecte com ele no LinkedIn ou envie um e-mail para eduardo@mobilidadesampa.com.br.

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