Alstom negocia acordo para devolver dinheiro ao Metrô

A francesa Alstom e o Ministério Público de SP estão finalizando acordo para que a empresa pague pelos prejuízos causados por fraudes em obras do Metrô. Investigada por formação de cartel, a companhia desembolsaria alguns milhões para ressarcir a estatal do governo de São Paulo.

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Em troca, a Alstom se livraria de ação em que poderia, no futuro, ser declarada inidônea e, por isso, impedida de participar de licitações. Com o acordo, a empresa continuaria habilitada a fazer negócios com o governo. “É como se ela pagasse para se livrar do problema”, diz um dos envolvidos nas tratativas. O acerto não prevê confissão de culpa nem delação de outras empresas.

VAI EM FRENTE

A PGE (Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo) já foi consultada pelo Ministério Público para saber se aceitaria o acordo com a Alstom, abrindo mão de ações futuras contra a companhia francesa. O órgão deu sinal verde para que as conversas prosseguissem.

FICHA LIMPA

Em paralelo, a PGE negocia com outra empresa, a Siemens, também envolvida em acusações de formação de cartel para obras do Metrô. O órgão foi procurado pela companhia alemã, que está sendo processada pela procuradoria, para saber se haveria espaço para acordo em que ela pagaria pelos prejuízos e continuaria habilitada a participar de licitações.

FATURA

A PGE aceitou conversar e colocou como condição que fossem realizadas duas perícias para se chegar ao valor do prejuízo: uma encomendada pela Siemens e outra pela própria procuradoria. Esta última seria paga pela empresa alemã. A companhia ainda não respondeu se aceita a proposta, feita há cerca de dois meses.

CONTA BÁSICA

Cálculos já publicados indicam que o prejuízo do Metrô com o cartel pode chegar a R$ 1 bilhão.

* Com informações da colunista Mônica Bergamo do jornal Folha de São Paulo