Faixas alertam sobre nova velocidade nas marginais sem informar limites

A redução dos limites de velocidade das marginais Tietê e Pinheiros passar a valer na segunda-feira (20), mas as faixas e avisos em painéis eletrônicos ao longo das vias não informam ao motorista os novos limites.

Os informes colocados pela Prefeitura de São Paulo desde a semana passada informam que 73 pessoas morrem e 1.403 ficam feridas nas marginais por ano – dado de 2014. Outra mensagem é semelhante à usada nos painéis eletrônicos e afirma “Reduza a Velocidade. Nova regulamentação a partir de 20/07”.

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  • A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) instalou ainda placas menores, que já informam as novas velocidades, mas essas estão cobertas.

    A velocidade nas pistas expressas cairá de 90 km/h para 70 km/h. No caso dos caminhões, o limite será de 60 km/h. Nas pista local, o limite passará de 70 km/h para 60 km/h, e, nas locais, de 70 km/h para 50 km/h.

    A CET afirmou que 64 painéis eletrônicos e 81 faixas trazem as informações sobre as mudanças. Os detalhamentos sobre os novos limites não foi feito, porém, já que os painéis e as faixas “são instrumentos de mensagens curtas e objetivas aos motoristas”. Por isso, “a CET está divulgando e explicando as reduções em respostas à imprensa” e informações em seus canais de comunicação.

    Defesa da redução

    O secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, apresentou números para defender a redução da velocidade nas marginais. Segundo ele, diminuir o limite de velocidade significa reduzir acidentes e congestionamentos.

    O secretário citou um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina que mostra que a letalidade é diretamente proporcional à velocidade do veículo. A 32 km/h, por exemplo, o índice de mortes nos acidentes estudados é de 5%, e a 64 km/h é de 85%.

    Outro dado diz respeito ao espaço necessário para frear com segurança. Ele é de 140 metros para veículos a 90 km/h e de 85 metros para veículos a 70 km/h. Ainda segundo o secretário, um veículo a 90 km/h ocupa uma área equivalente a 465 metros quadrados, ou seja, área que não pode ser ocupada por veículos próximos em razão do risco de colisão. O número é bastante maior que os 14 metros quadrados ocupados pelo automóvel parado.

    “Na medida que você diminui a velocidade, mais espaço você ganha. Reduzir velocidade significa diminuir o congestionamento nas cidades”, afirma.

    O especialista em transporte Sergio Ejzenberg diz que a redução da velocidade pode reduzir a lentidão na cidade, mas ela deveria ser menor para seguir o sugerido pelo Código de Trânsito Brasileiro para vias de trânsito rápido.

    Segundo a lei, onde não há placas nesse tipo de via, deve ser considerado o limite de 80 km/h. Em vias como as locais, o limite seria de 60 km/h. O especialistas diz considerar abrupta a redução de 110 ou 120 km/h, praticado nas estradas que chegam a São Paulo, para 70 km/h. “É preciso bom senso e seguir o código”, diz.

    Painéis eletrônicos, como o da Avenida Cidade Jardim, tampouco trazem os novos limites de velocidade (Foto: G1)

    Fonte: G1