Previsto para Copa do Mundo, monotrilho da Linha 17-Ouro não abrirá nem na Olimpíada

De tanto atraso, a “linha da Copa” não ficará pronta nem mesmo até a Olimpíada de 2016, no Rio.

O empreendimento a cargo do Metrô é agora previsto para 2017 pelo governo Geraldo Alckmin – que também já fez a revisão do cronograma de outras linhas.

Em seu primeiro trecho, de 7,7 km e 8 estações, ligará a estação de trem do Morumbi ao aeroporto de Congonhas. A estimativa é que transporte 420 mil usuários por dia. A obra completa, com 17,7 km, deve custar R$ 5,1 bilhões.

Na linha 17, a aparente deterioração de materiais pendurados ou deixados no chão desperta a atenção de vizinhos –que se queixam ainda da falta de equipes na obra.

A reportagem da Folha percorreu toda a extensão da linha em dias úteis nas últimas semanas, fora do horário de almoço.

No trajeto, encontrou poucos funcionários. As exceções foram na futura estação vereador José Diniz (onde havia dezenas) e no pátio de manobras do Campo Belo – onde foi agendada uma entrevista com Walter Castro, diretor de engenharia do Metrô.

Castro afirma que a sensação de que a obra está quase parada não reflete a realidade – diz haver 1.300 funcionários atuando diariamente.

Ele ressalta que há obras paralelas na região. “Estamos fazendo uma canalização naquela região de Congonhas. Ali tem um histórico de alagamentos e não podemos fazer uma estação em cima de um lugar nessas condições.”

O Metrô afirma que esses sinais de ferrugem não representam riscos à estrutura. Para a doutora em engenharia de estruturas pela USP Karen Niccoli Ramirez, como parece ser superficial, e não estrutural, esse problema poderá ser revertido com limpeza.

A corrosão, porém, dá a sensação de que se está numa obra velha, e não nova, que ainda será inaugurada.

O diretor do Metrô diz que um dos principais motivos de atraso na linha 17 foi a demora para a liberação da licença ambiental. Também cita entraves nas desapropriações e nos tipos de solo da região.

Segundo Castro, 20% dos trilhos ainda não foram colocados por causa da suspensão, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, desde 2014, do içamento de vigas –devido à morte de um operário.

“Recentemente, eles liberaram a instalação dos trilhos retos. Mas ainda pedem exigências para as curvas de raios menores”, afirmou.

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