Os congestionamentos diminuíram no horário de pico da tarde e tiveram uma leve alta no pico da manhã na capital paulista neste ano. E a média da lentidão, ao longo do dia, caiu quase 10%.
De janeiro a abril deste ano, a média do congestionamento no pico da tarde foi de 109 km, 16,3% menos do que o registrado no mesmo período do ano passado – 130,25 km. O pico de congestionamento da tarde costuma ocorrer por volta das 19h. A CET monitora 868 km nas vias de São Paulo.
A lentidão à tarde caiu em várias das principais avenidas de São Paulo. É o caso das duas marginais, da Radial Leste e na Avenida 23 de Maio. Na Marginal Tietê, por exemplo, a queda foi de 32 km para 29,5 km – redução de 7,8%.
Pela manhã ocorreu o contrário, mas não na mesma proporção, já que houve apenas um pequeno aumento da lentidão. A média de congestionamento por volta das 9h chegou a 97,5 km, o que representa 2,1% mais do que os 95,5 km do ano passado.
Também houve redução dos congestionamentos na cidade se considerado o dia todo, e não apenas os picos da manhã e da tarde. No total do dia, considerando também os entrepicos, a lentidão na cidade caiu de 135,1 km para 121,7 km, uma redução de 9,9%.
Motivos
A Prefeitura de São Paulo credita a melhoria no trânsito às obras de mobilidade da gestão Fernando Haddad que estariam contribuindo para a redução do uso do automóvel na cidade. Foram implantados 475,4 km de faixas exclusivas e corredores para ônibus, por exemplo. Outro investimento é em ciclovias, e a cidade tem hoje mais de 210 km. A CET diz ainda que são feitas melhorias viárias, como a revitalização semafórica.
Para o professor da área de transportes da Unicamp, Carlos Alberto Bandeira Guimarães, porém, não se pode creditar uma melhora a apenas um ou dois fatores. Ele afirma que possivelmente houve uma conjuntura favorável. “Pode ser uma soma, uma diminuição do uso do carro por causa do desemprego e da situação econômica do país, por causa do aumento do preço do combustível e também de algumas medidas de engenharia de tráfego”, diz.
Ele afirma que as faixas de ônibus melhoraram a velocidade dos ônibus e incentivaram o uso do transporte, mas que isso não seria capaz de causar uma melhora significativa de forma rápida. “Melhora no trânsito de São Paulo, só se houvesse uma grande melhoria e ampliação do transporte público num projeto de médio prazo”, avalia.
Acidentes
O secretário dos Transportes do município, Jilmar Tatto, afirmou no final de abril que o aumento nos acidentes de trânsito em 2014 está ligado à maior velocidade dos carros. Segundo ele, o congestionamento “deixou de aumentar muito”. “As velocidades estão aumentando na cidade de São Paulo. É isso que nós estamos detectando”, afirma.
Isso teria contribuído em parte para os 1.195 acidentes fatais no trânsito de São Paulo em 2014, uma alta de 7,2% em relação ao ano anterior.
Com base em números como esse, a Prefeitura decidiu reduzir a velocidade máxima permitida em 100 km de vias. Entre as afetadas estão as duas marginais, onde o limite vai cair de 90 km/h para 70 km/h.
Aplicativos
Segundo o Waze, o número de usuários aumentou 114% nos primeiros quatro meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar do aumento, a média de distâncias, tempo e velocidade média continuam os mesmos. Ou seja, um motorista continua percorrendo 16 quilômetros em 40 minutos na velocidade de 24 km/h.
Outros aplicativos também bastante usados por quem quer fugir do trânsito são o Maplink e o Google Maps.
Tatto também citou ampliação do uso dos aplicativos, o que teria ajudado a melhorar o tráfego na cidade e, consequentemente, aumentar a velocidade média dos veículos.
Fonte: G1 SP