Em debate ao vivo transmitido pela “TV Folha”, o vereador José Police Neto (PSD) e o engenheiro Sérgio Ejzenberg, mestre em transportes, discutiram o futuro do elevado Costa e Silva, o Minhocão, em São Paulo. Para eles, a construção da obra foi um erro.
Police Neto é autor da proposta, aprovada em primeira votação na Câmara Municipal, que fecha o elevado também aos sábados. O projeto depende de uma segunda votação e da sanção do prefeito Fernando Haddad (PT) para ser aprovada em caráter definitivo.
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Hoje, a via fica fechada das 21h30 às 6h30 durante a semana e nos domingos.
Ejzenberg se disse contra o uso do elevado como parque. Para ele, será o adeus definitivo da privacidade dos primeiros andares nos prédios próximos, que ficaram expostos ao olhar dos passantes na altura das janelas.
“Pode ser a estrutura que for. Se for elevada, ela traz degradação urbana. O mundo inteiro está eliminando suas estruturas elevadas, é o que precisa ser feito para a cidade melhorar”, diz Ejzenberg, destacando que simplesmente “fechar aquilo” não vai “eliminar o trauma”.
A solução seria a demolição do Minhocão e reformulação da rua Amaral Gurgel, que passa por baixo do elevado, para que o trânsito não seja impactado no local.
“Quando falo em demolir e resgatar, é resgatar mesmo, como fizeram com a Faria Lima, por exemplo. Priorizar o ônibus, manter a faixa de ciclista, que pode ser usada para corrida”, destaca Ejzenberg.
“A via elevada que cortou o centro trouxe não só uma desvalorização para a região, mas impediu um desenvolvimento saudável do entorno, cortou a ligação entre Higienópolis, Santa Cecília, Barra Funda. É uma das maiores cicatrizes urbanas do hemisfério sul”, diz Police Neto, por sua vez.
Ele fala em resgatar o centro e o vínculo da obra viária com as pessoas e a cidade. A passagem de carros, afirma o vereador, impede isso, que defende a desativação do elevado e a criação de um parque, que complete o “parque espontâneo” que já se vê aos domingos quando os cidadãos usam para esportes e passeio.
Fonte: TV Folha