Taxistas realizam uma manifestação nesta quarta-feira (8) contra o uso de aplicativos para carona remunerada com carros particulares em São Paulo. Após a concentração na Praça Charles Muller, no Pacaembu, Zona Oeste, cerca de 400 carros seguiram em carreata para a Câmara Municipal. O protesto foi encerrado no início desta tarde.
O foco da manifestação foi o aplicativo Uber, que está presente em 56 países. No Brasil, além da cidade de São Paulo, o aplicativo já chegou à cidade do Rio de Janeiro, a Brasília e a Belo Horizonte.
O aplicativo de carona remunerada conecta passageiros e motoristas através de celulares. Por serem ilegais, os carros não possuem taxímetro. O próprio app gera um valor baseado no tempo e distância percorrida. O pagamento também é realizado pelo aplicativo, com o uso de cartão de crédito.
Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o serviço de passageiros na capital paulista deve ser realizado exclusivamente por taxistas autorizados pela Prefeitura.
Em nota, a empresa diz que “acredita que os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades”. “A Uber ressalta ainda que não é uma empresa de táxi, muito menos fornece este tipo de serviço, mas sim uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma tecnológica que conecta motoristas parceiros particulares a usuários que buscam viagens seguras e eficientes, em mais de 300 cidades de 56 países.”
Protesto e carreata
A concentração começou por volta das 9h na Praça Charles Muller. Às 11h20, os taxistas seguiram em carreata pela Rua Desembargador Paulo Passaláqua, até a Câmara Municipal de São Paulo. Eles chegaram na sede do Legislativo às 12h15.
A Comissão de Trânsito e Transportes, na Câmara, deve ouvir o diretor do Departamento de Transportes Públicos (DTP), da Secretaria Municipal de Transportes, Daniel Telles. Ele irá prestar esclarecimentos sobre as ações de fiscalização da administração municipal contra o uso do aplicativo.
“Nós somos contra o transporte clandestino de passageiros. São carros particulares prestando serviço de táxi, o que a legislação não permite”, disse Edmilson Americano, presidente da Associação Brasileira das Associações e Cooperativas de Táxi.
O vereador Adilson Amadeu (PTB) é autor de um projeto de lei que proíbe o uso de carros particulares com aplicativo de transporte de passageiros. A multa prevista ao infrator pela lei seria de R$ 1.700 e o veículo seria apreendido.
“O que não pode são irregularidades entrarem em uma profissão onde tem quase 35 mil táxis”, afirmou o vereador. Segundo ele, cerca de 1,2 mil veículos usam o Uber em São Paulo. Ele reclama que só 8 carros foram apreendidos desde o ano passado pela Prefeitura.

Fonte: G1