Estudantes reclamam que créditos não aparecem e da fila de mais de 2h.
Segundo a SPTrans, benefício pode ser obtido pela internet.
As dificuldades para obter o passe livre estudantil continuam mais de dois meses após o benefício começar a valer na capital paulista. Usuários lotam a central disponibilizada pela Prefeitura de São Paulo para quem quer ter o passe livre, mas enfrenta problemas técnicos ou não conseguiu resolver tudo pela internet.
A reportagem do site G1 esteve no local na última quinta-feira (9) e constatou que a espera supera duas horas. Os usuários ainda reclamam da falta de informações no site do Bilhete Único e das falhas do cartão. Os problemas ajudam a explicar o fato de que apenas 245 mil estudantes concluíram o cadastro, menos da metade do público de mais de 500 mil estimado pela Prefeitura de São Paulo e pelo governo do estado.
A situação é um pouco melhor do que a presenciada pela equipe de reportagem há um mês no mesmo local. Na ocasião, o “sistema” da SPTrans estava fora do ar, e os estudantes se aglomeravam na unidade da Rua Boa Vista esperando atendimento.
Desta vez, as queixas mais comuns foram a demora e o fato de os créditos não aparecerem no Bilhete Único do estudante. “O certo seria eu já passar na maquininha e carregar, mas isso não está acontecendo”, disse o estudante Jaime Francisco, de 44 anos. Ele espera havia cerca de duas horas para ser atendido na última quinta-feira.
Jaime afirma que pediu o acesso ao passe livre em fevereiro, pagou a taxa de revalidação do cartão para 2015 e que vinha usando a cota de meia-passagem a que os estudantes tinham direito. A cota, porém, foi cortada, ao mesmo tempo em que o passe livre não foi concedido. “Estou gastando até R$ 17,50 por dias com passagens de ônibus e metrô para a faculdade e para o curso técnico”, conta.
Ele era uma das cerca de 120 pessoas sentadas esperando o atendimento na central, localizada na Rua Boa Vista. Além delas, uma fila com outras 20 pessoas esperava em uma antessala, na expectativa de chegar à sala principal, onde eram feitos os atendimentos em seis guichês.
Quem também esperava havia pelo menos duas horas era o estudante Brayner Ribeiro, de 26 anos. Ele conta que estava no local pela segunda vez, já que sua universidade afirma que mandou o cadastro feito por ele com o pedido para que o estudante tenha acesso ao passe livre, mas que a SPTrans diz que as informações não chegaram. “Fui até a faculdade e confirmei que foi mandado, então o problema é no sistema aqui mesmo”, relatava.
Ribeiro opinou que o serviço deveria ter mais atendentes e que o site do Bilhete Único deveria ter informações mais claras, como, por exemplo, o endereço onde é feito o atendimento para resolução de problemas com o passe livre, na Rua Boa Vista. Segundo ele, o endereço informado é de outro prédio da SPTrans, o da Rua XV de Novembro, onde todos os estudantes que chegam são orientados a procurar a unidade da Rua Boa Vista, fato também constatado pela equipe de reportagem.
Outra reclamação em relação aos serviços na internet foi feita por Geovana da Silva Guimarães, que pediu o passe livre para a filha, mas enfrentava problemas com o bloqueio do acesso ao site. “Tentei resolver por telefone, mas ninguém atende. Pelo site também não dá. Então tiver que vir aqui”, disse.
SPTrans
A SPTrans disse que, em razão da grande procura pelo atendimento no posto central, na Rua XV de Novembro, criou uma extensão na Rua Boa Vista,128. A extensão está funcionando desde o início de março e “atende atuais circunstâncias de aumento da procura, causadas, em especial, pela ampliação do benefício da gratuidade por meio da instituição do passe livre para estudantes”.
Em março, a empresa municipal de transporte disse que, de modo geral, “nenhum estudante precisaria ir aos postos centrais, pois todo o processo pode ser feito pela Internet”. Segundo a SPTrans, alguns usuários dizem que não conseguiram imprimir o boleto, mas o fato se deve ao esquecimento da senha de acesso. Há ainda muitas pessoas que preferem um atendimento presencial para entender detalhadamente as novas regras, segundo a SPTrans, o que influencia a procura no posto da Rua Boa Vista.
PASSO A PASSO: COMO OBTER O PASSE LIVRE
Os estudantes que querem conseguir a gratuidade precisam preencher uma série de requisitos. Veja o passo a passo para obter o Bilhete Único do Estudante:
1º) Escolas enviam os dados sobre a confirmação da matrícula em 2015 para SPTrans (saiba quem tem direito ao benefício).
2º) Estudante deve checar se os dados foram encaminhados para SPTrans pelo site (https://scapub.sbe.sptrans.com.br/sca/estudante/login.jsp) e, eventualmente, completar alguma informação pendente. Caso a escola/universidade não tenha feito, o aluno deve procurar a instituição.
3º) Acesse o cadastro para solicitar/revalidar o cartão. Quem não tiver o Novo Bilhete do Estudante deverá solicitar um: https://scapub.sbe.sptrans.com.br/sa/acessoPublico/index.action. Ele deve ser retirado na escola.
Depois de obter o cartão, no caso de estudantes com benefício automático:
1º) Emita o boleto para pagamento da taxa anual de validação do cartão: R$ 24,50 (o equivalente a 7 passagens).
2º) Três dias após o pagamento o benefício será liberado. Antes de se deslocar a um ponto de venda, acesse seu cadastro, em Estudante/Declaração de Baixa Renda e veja se aparece a mensagem: “Você já possui direito à gratuidade”.
3º) Vá a um ponto de venda e recarregue o cartão em uma das máquinas de recarga automática de vale-transporte.
No caso do estudante que precisa comprovar renda per capita:
1º) Instituição de ensino informa à SPTrans quais são os alunos que têm o benefício.
2º) Aluno deve acessar o cadastro do Bilhete Único e preencher o formulário para comprovação de renda familiar per capita;
3º) Após a aprovação, deverão ir a um ponto de venda e utilizar as máquinas automáticas todo início do mês para recarregar o cartão, gratuitamente.
Para mais informações, visite a página da SPTrans:
http://www.sptrans.com.br/noticias/noticia.aspx?6005