Retirar ciclovias é ‘retrocesso que não se viu em nenhum lugar’, diz especialista

Para Thiago Benites, o ritmo de instalação das ciclovias do Brasil ‘é parecido com que se viu em todo o mundo’

Retirar as ciclovias de São Paulo “é um retrocesso que não se viu em nenhum lugar do mundo”, na avaliação de Thiago Benites, gerente de transportes ativos no Brasil do Institute for Transportation & Development Policy (ITDP), entidade com sede em Nova York que atua com prefeituras na elaboração de projetos de mobilidade. “Voltar ao que estava antes na Avenida Paulista não faz sentido para ninguém”, afirma.

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  • A Promotoria de Justiça de Urbanismo e Meio Ambiente do Ministério Público de São Paulo entrou na Justiça com pedido de paralisação imediata de todas as obras de ciclovias na cidade. Protocolada nesta terça-feira, 17, na 5.ª Vara da Fazenda Pública, a ação civil pública também quer a recomposição do pavimento que foi retirado nas obras de ciclovias, incluindo o da Avenida Paulista.

    Segundo Benites, o ritmo de instalação das ciclovias do Brasil “é parecido com que se viu em todo o mundo” e “não parece que não há estudos”. “O que se via era uma série de estudos que nunca eram implementados. O conceito de uma rede mínima, que está sendo feito agora, mostra que há sim um planejamento”, afirma o consultor, que também afasta qualquer possibilidade de as ciclovias trazerem insegurança. “Isso é um descalabro”, afirma.

    Já para o ativista e editor do site Vá de Bike Willian Cruz, o Ministério Público tem o direito de pedir para ver o projeto e questionar se houve estudos de implementação. “Mas interromper e retroceder o trabalho que já foi feito para a modalidade urbana na cidade é um absurdo. A ciclovia só por existir, mesmo com problemas, já é melhor do que não ter nada”, diz.

    Custos. Cada quilômetro de ciclovia custa, em média, R$ 200 mil. Até o momento, a Prefeitura já gastou cerca de R$ 54 milhões com o projeto. A Promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira não detalha o que ocorrerá com o dinheiro que já foi gasto nesse projeto, mas diz que quem investiga os custos é a Promotoria do Patrimônio Público e Social.

    Fonte: Estadão

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