Metroviários aceitam proposta de reajuste e desistem de greve em SP

Os funcionários do Metrô de São Paulo aceitaram na noite desta segunda-feira (1/6) a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa e desistiram da greve que poderia começar na terça-feira (2/6).

Em assembleia da categoria no Sindicato dos Metroviários foi decidido entrar em acordo com a companhia e encerrar a negociação salarial e o estado de greve (quando os funcionários informam à Justiça e à empresa da possibilidade de paralisação).

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Um acordo parcial havia sido fechado à tarde no núcleo de conciliação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região. Na reunião, o Metrô aumentou a proposta de reajuste salarial feita aos metroviários: na semana passada havia oferecido 7,21%, hoje chegou aos 8,29%.

O índice inclui a inflação acumulada desde o último reajuste –7,21% segundo a Fipe– mais 1,08% de aumento real. O Metrô também ofereceu reajuste de 10% nos benefícios vale-refeição e vale-alimentação.

No início da negociação, os metroviários pediam aumento de 18,64% nos salários e de 10,08% nos benefícios. Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato, disse que a proposta final ficou “longe da ideal”, mas considerou que houve avanço na negociação.

Também fez parte do acordo uma alteração nos critérios de pagamento do PPR (Programa de Participação nos Resultados). Inicialmente o Metrô pretendia incluir no cálculo um índice de cumprimento de metas, que na prática poderia reduzir os pagamentos.

Os funcionários foram contra e, após negociação, ficou definido que as metas serão incluídas apenas em parte do pagamento do PPR. Por sugestão da desembargadora Ivani Bramante, a empresa também se comprometeu a rever as metas, em conjunto com os funcionários, para aplicação a partir de 2016.

O último reajuste salarial dos metroviários foi de 8,7% e ocorreu em junho do ano passado. Na ocasião, a categoria ficou cinco dias em greve depois que tentativas de negociação fracassaram, e o reajuste precisou ser definido pela Justiça.

O Metrô tem cerca de 9.600 funcionários, e dois terços deles são responsáveis diretos pela operação. O piso da categoria hoje é de R$ 1.606,69.

Quanto à reintegração de trabalhadores demitidos após a greve em 2014, o Metrô vai aguardar a decisão judicial sobre o caso.

CPTM

Funcionários da CPTM também estão em negociação salarial e ameaçam parar os trens na próxima quarta (3/6). A categoria reivindica agora 9,29% de reajuste, enquanto a empresa propõe aumento de 7,72%. As duas partes devem se reunir em uma nova reunião de conciliação nesta terça.