Professores decidem manter greve e fazem passeata até o Centro de São Paulo

Professores da rede estadual de ensino de São Paulo decidiram manter a greve durante assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (22) no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Os manifestantes seguiram depois em passeata até a Secretaria de Educação, na Praça da República, no Centro da cidade.

De acordo com a PM, 4 mil pessoas participaram do ato. Segundo a Apeoesp, sindicato que representa os professores, eram 20 mil participantes. Esta foi a 10ª assembleia que decidiu pela continuidade da paralisação desde o início da greve, decretada em 13 de março.

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Os professores deixaram o Masp e bloquearam todas as faixas da Avenida Paulista no sentido Consolação. Depois, desceram a Rua da Consolação no sentido Centro até a Praça da República, onde o ato foi encerrado por volta das 18h30.

Houve momentos de tensão entre a polícia e os professores durante a passeata. O protesto caminhava no sentido Centro da Rua da Consolação, mas um grupo de manifestantes tentou fechar a via também no sentido Avenida Paulista.

Um princípio de tumulto começou no momento em que os policiais negociavam a liberação desta parte da via. Um homem ameaçou jogar um cesto de lixo nas costas de um policial, mas foi impedido pelos próprios manifestantes. Não houve conflito.

Reivindicações

Os professores reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. O governo do estado diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos. Além disso, informa que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo com desempenho em avaliação.

A pasta também propôs ampliar, a partir do ano que vem, o número de professores-coordenadores para todas as 5 mil escolas estaduais e criar uma comissão para receber as informações da Apeoesp sobre eventuais escolas que estariam descumprindo o módulo de aluno por sala de aula.

Os professores também pedem melhores condições de trabalho. Segundo a categoria, mais de 3 mil salas de aula foram fechadas, o que provoca superlotação das salas de aula restantes. A garantia de direitos para docentes temporários também está entre as demandas dos grevistas.

Cortes de ponto

O governo de São Paulo e a Apeoesp têm disputado judicialmente os salários a serem recebidos pelos professores em greve. Em 7 de maio, a Apeoesp conseguiu uma liminar que obrigada o governo a pagar os professores pelos dias em greve. No dia seguinte, a liminar foi cassada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em 13 de maio, Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o governo estadual parasse de registrar faltas injustificadas aos grevistas e descontar os dias parados. O governo recorreu da decisão. Na quarta-feira (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o desconto dos dias parados dos professores estaduais. A Apeoesp recorreu desta nova decisão.