O presidente do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo, Valdevan Noventa, disse nesta terça (12) que os grevistas podem fazer paralisações maiores e até greves de alguns dias caso as empresas não negociem com eles.
“As próximas decisões da categoria serão tomadas durante a próxima assembleia na quinta-feira (14) às 16h. Há uma série de reivindicações dos funcionários que não são atendidas pelo patronato”, afirmou Noventa.
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Nesta manhã, os terminais de ônibus da capital paulista foram fechados por cerca de duas horas (das 10h às 12h) durante manifestação dos motoristas e cobradores. Os trabalhadores reivindicam uma reposição da inflação (em torno de 8%) e mais 7% de aumento real. O sindicato patronal propõe reajuste de 7,21%, que corresponde à inflação do período segundo outro índice.
O presidente do sindicato dos trabalhadores diz que a negociação deste ano só vai terminar quando as empresas oferecerem ao menos um aumento para motoristas de ônibus “especiais”. “Queremos um salário diferenciado para os motoristas que dirigem ônibus biarticulados, articulados e trólebus. Nós estamos pedindo também a inflação mais 7% de aumento real no salário, um vale refeição de R$ 22, que hoje é R$ 16,5, e um PLR [Participação nos Lucros e Rendimentos] de R$ 2.000. “, disse Valdevan Noventa.
As negociações se encerraram no dia 6 e até hoje não houve uma contraproposta.
Durante o protesto, a SPTrans confirmou que todos os 29 terminais administrados por eles foram fechados. A Secretaria Municipal dos Transportes disse ainda que as linhas da capital que operam nos terminais administrados pelo Metrô também foram paradas –ao todo, há 17 terminais de ônibus interligados a estações do metrô, que recebem linhas municipais e, em alguns casos, intermunicipais.
Na segunda (11), após o anúncio da paralisação, o sindicato patronal afirmou, em nota, que “considera intempestiva a manifestação”. A entidade aponta ainda que “essas negociações estão em andamento e ainda não se esgotaram”.
O piso salarial de motoristas de ônibus de São Paulo é de R$ 2.151,40 e dos cobradores é de 1.244,20, com data-base em maio. O último reajuste da categoria foi no ano passado, de 10%.
Segundo o sindicato patronal, a capital paulista tem o segundo maior salário de motoristas de ônibus do país, atrás apenas de Porto Alegre, que com o dissídio deste ano chegou a R$ 2.168.
Fonte: Folha de São Paulo