Em apenas um mês, juiz recebe o que motoristas de aplicativo levariam mais de uma década para ganhar

Rodar mais de 60 horas por semana para ganhar pouco mais de R$ 4 mil líquidos no fim do mês define a rotina de milhares de motoristas de aplicativo em São Paulo, segundo dados da plataforma GigU. Essa realidade se repete em outras capitais brasileiras, onde motoristas dedicam longas jornadas para garantir rendas modestas. Em Curitiba, por exemplo, a média semanal chega a 56 horas, com lucro mensal de R$ 3.409,68. Em Belém, 54 horas de trabalho resultam em R$ 2.977,35, enquanto em Maceió, mesmo após 50 horas semanais, o rendimento despenca para R$ 1.877,20.

Custos altos e lucro líquido reduzido para motoristas de aplicativo

Grande parte do esforço dos motoristas de aplicativo consome-se com gastos essenciais, como combustível. Em Manaus, os motoristas gastam em média R$ 2.439,67 por mês só com gasolina, valor praticamente igual ao lucro líquido que sobra, de R$ 2.152,89. Essa situação evidencia a dificuldade de muitos motoristas em transformar o trabalho intenso em ganhos financeiros significativos, mesmo dedicando dezenas de horas semanais ao volante.

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  • Desigualdade salarial entre motoristas de aplicativo e juízes

    Enquanto motoristas enfrentam jornadas exaustivas e altos custos para garantir uma renda modesta, a elite do Judiciário brasileiro vive em um patamar salarial completamente diferente. O Índice de Disparidade Salarial (IDS), lançado pela associação Livres, revela que juízes chegam a receber até 339 vezes a renda média da população local. Em 2024, o Conselho Nacional de Justiça registrou mais de 63 mil contracheques acima de R$ 100 mil. Casos isolados chegaram a R$ 678 mil em apenas um mês. Esse valor equivale ao que um motorista de aplicativo levaria mais de dez anos para acumular, mesmo trabalhando sem descanso.

    Comparação internacional e críticas ao sistema salarial

    No Supremo Tribunal Federal, cada ministro apresenta um IDS de 22,4, mais que o dobro do índice verificado em cortes constitucionais da Alemanha (6,1) e do Canadá (5,8). Para Magno Karl, diretor executivo do Livres, essa disparidade revela uma desconexão estrutural inaceitável. Ele destaca que, em um país onde milhões vivem com menos de dois salários mínimos, um magistrado recebe meio milhão de reais em um único mês, com verba pública e dentro da legalidade.

    Propostas para reduzir a desigualdade salarial no Judiciário

    O grupo Livres propõe medidas para enfrentar essa desigualdade, como a proibição de verbas extras acima do teto constitucional, a criação de mecanismos de transparência para gratificações e o estabelecimento de tetos proporcionais à renda local. Essas ações visam aproximar os salários do Judiciário da realidade econômica da população, especialmente daqueles que, como os motoristas de aplicativo, trabalham intensamente para garantir a sobrevivência.

    Motoristas de aplicativo e o contraste com a elite judiciária

    Enquanto motoristas de aplicativo seguem rodando horas a fio para garantir pouco mais que a sobrevivência, o contraste com a elite do Judiciário escancara não apenas desigualdades salariais, mas também a distância entre quem julga e quem vive do trabalho diário. Essa disparidade evidencia a urgência de debates e reformas que considerem a realidade dos trabalhadores comuns e promovam justiça social no país.

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