A equipe de transição do prefeito eleito de São Paulo, João Doria, estuda fazer uma reestruturação do transporte coletivo na capital para capturar passageiros que hoje utilizam linhas de ônibus intermunicipais dentro da cidade e aumentar a receita tarifária da Prefeitura de São Paulo. A medida é uma das engenharias analisadas pela futura gestão para racionalizar o sistema e conseguir manter o preço da passagem congelado em R$ 3,80 no ano que vem sem sacrificar outras áreas.
A proposta é reduzir a entrada na capital de ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), controlada pelo governo Geraldo Alckmin, e obrigar os passageiros que chegam de cidades vizinhas a pegar um coletivo municipal operado pela SPTrans. Assim, uma parte do valor pago pela viagem passa a entrar na conta sistema da Prefeitura de São Paulo, que subsidia a tarifa, em vez de a tarifa ser recolhida integralmente pela empresa concessionária da EMTU.
A justificativa dada por pessoas que acompanham o estudo é de que há enorme sobreposição de linhas na cidade (ônibus municipais e intermunicipais que fazem o mesmo percurso, provocando um custo de operação desnecessário). Hoje, das 571 linhas da EMTU que operam na Grande São Paulo, 376 circulam na capital. Um diagnóstico da rede deve ser feito no início da gestão Doria pela equipe do futuro secretário municipal de Transportes e Mobilidade, Sérgio Avelleda.
Em 2014, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte Coletivo na Câmara Municipal de São Paulo já havia recomendado a reestruturação para evitar “sobreposição das linhas das empresas concessionárias da EMTU”. Na ocasião, os vereadores solicitaram a suspensão de 350 linhas que circulam na cidade.
EMTU
A EMTU afirma que “desconhece qualquer estudo no sentido de reorganizar o sistema de arrecadação do transporte intermunicipal”. A EMTU afirma também que a racionalização do sistema tem sido “objetivo permanente” e que um plano bem executado reduz custos.
SPUrbanuss
O SPUrbanuss, sindicato que representa as concessionárias de transporte municipal, incluindo as com braços em outras cidades, diz ser importante não haver “a penalização dos clientes”. Um modelo prevendo pagamento de integração seria “razoável”, como ocorre entre o sistema metroferroviário e os ônibus.
* Com informações do jornal O Estado de São Paulo