Nesta sexta-feira (31), a Enel Distribuidora SP, responsável pelo fornecimento de energia elétrica na capital paulista e em outros 24 municípios da região metropolitana, anunciou a renúncia do atual diretor-presidente, Max Xavier Linds. Max estava na presidência desde novembro de 2018.
De acordo com a empresa, Max não ocupará mais o cargo de presidente, mas permanecerá no Grupo Enel. Em seu lugar, assume Guilherme Lencastre, que atuava como presidente do Conselho de Administração da companhia em São Paulo.
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Guilherme Lencastre, que está há 26 anos no Grupo, já ocupou cargos como presidente da área de Geração da empresa e diretor de Redes no Brasil. Ele é formado em Engenharia de Produção-Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Crise de apagões e multas do Procon
A renúncia de Max Xavier Linds acontece após uma série de incidentes envolvendo apagões em São Paulo. Em março deste ano, moradores e comerciantes no Centro da capital enfrentaram mais de uma semana de interrupções no fornecimento de energia devido a problemas na rede subterrânea da empresa.
Essa não é a primeira vez que a Enel enfrenta problemas. Desde 2019, o Procon de São Paulo já multou a empresa em mais de R$ 51 milhões por interrupções no fornecimento de energia elétrica, cobranças indevidas e problemas na leitura do medidor de consumo mensal.
Além das multas, a concessionária também recebeu mais de 54 mil reclamações de consumidores por diversos problemas, incluindo atendimento, qualidade de serviço e informações.
Pedido de rescisão do contrato
Diante dos inúmeros problemas, a Prefeitura de São Paulo solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a rescisão da concessão de energia elétrica à Enel na capital paulista. A ação ocorreu após falhas graves e frequentes na prestação do serviço.
Apesar das multas e dos pedidos de rescisão do contrato, a Enel ainda não solucionou todas as questões levantadas pelos órgãos fiscalizadores.
Multas da Aneel e recursos administrativos
Em fevereiro, a Aneel multou a Enel em R$ 165,8 milhões por falhas relacionadas à demora excessiva no restabelecimento de energia elétrica na Grande São Paulo ao longo dos últimos dois anos.
Desde 2018, a concessionária foi autuada nove vezes pela Aneel por problemas operacionais ou na prestação de serviços em São Paulo. No total, a agência nacional já aplicou R$ 321 milhões em multas na concessionária paulista.
Apesar das multas, a Enel ainda não liquidou todas as dívidas e há recursos administrativos interpostos pela concessionária em fase de análise.