Das 140 mortes registradas em toda a extensão da Rodovia Presidente Dutra em 2015, 77 ocorreram em atropelamentos, segundo a concessionária Nova Dutra, responsável pela administração da principal ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro. Pedestres se arriscam diariamente em Arujá e em Santa Isabel. Neste ano a rodovia completa 20 anos de privatização, mas alguns bairros ainda esperam a construção de passarelas.
Já entre janeiro e julho de 2016 foram 35 mortes por atropelamento. Em 2015, tinham sido 48. Portanto, houve uma redução de 27% nos sete primeiros meses deste ano.
Participe dos canais do Mobilidade Sampa: X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, LinkedIn ou canais no WhatsApp e Telegram
Perigo diário
Pensando na logística, muitas empresas se instalaram às margens da Dutra e trouxeram com elas muitos funcionários. Apesar de não haver passarela, pontos de ônibus foram construídos. O resultado são pessoas onde só deveriam passar carros.
A CCR Nova Dutra afirma já ter reduzido o número de mortes em 70% desde o começo da concessão. Neste tempo, 25 passarelas foram reformadas e outras 48 construídas. Segundo a concessionária, todos os anos é enviado um relatório à Agência Nacional de Transportes Terrestres sobre os pontos mais críticos.
“Essas obras não são constratuais. A concessionária, ela não teria a obrigação de fazer as passarelas, porém, ela não está omissa a esse problema”, explica o gestor de atendimetno da CCR Nova Dutra, Virgílio Leocádio. “Porém hoje tem uma necessidade muito grande. A gente envia esse relatório de 42 pontos para a agência, que são ao longo de toda a rodovia. Ao longo de todos esses 402 quilômetros da rodovia e, a agência, ela precisa de uma análise desses pontos em função da criticidade.”
Dos 42 pontos, a Agência Nacional de Transportes Terrestres aprovou a construção de dez passarelas – apenas uma em Arujá, no km 201. Em frente ao condomínio industrial não há previsão para uma obra deste tipo no próximo ano e nem no limite entre Santa Isabel e Arujá.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres informou que “qualquer novo investimento implica no equilíbrio econômico e financeiro do contrato”. Isso significa que a concessionária não pode perder a margem de lucro estabelecida no contrato com o governo federal por causa das obras. Segundo a CCR Nova Dutra, uma passarela custa, em média, R$ 2 milhões. “O aumento da tarifa é feito anualmente por um índice, pelo IPCA. E todo investimento novo, que não é contratual, isso precisa de uma renegociação para avaliar o equilíbrio ou o desequilíbrio econômico/financeiro. Então toda essa tratativa precisa de uma avaliação sim da agência, uma aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres”, disse o gestor de atendimento.
Segundo a CCR Nova Dutra, os municípios também podem apresentar o projeto de construção das passarelas e pagar os custos para a concessionária fazer a obra. Todas as cidades cortadas pela rodovia recebem uma parte do valor do pedágio.
Segundo a concessionária, em 2015, Arujá, Santa Isabel e Guararema receberam ao todo R$ 2,1 milhões de Imposto sobre Serviços. O valor para cada Prefeitura varia de acordo com a extensão que a rodovia ocupa na cidade.
Fonte: TV Diário