Sem troco, Metrô de São Paulo já dá desconto para 3 em cada 10 usuários

Em meio à crise econômica, o Metrô de São Paulo deixou de arrecadar R$ 2,7 milhões com a venda bilhetes unitários no primeiro semestre deste ano só por causa dos descontos dados por falta de troco. Do total de passagens adquiridas por usuários em estações da companhia, 30,5% tiveram algum tipo de abono. O Metrô afirma que o problema é provocado por queda na circulação de moedas e que o valor corresponde a 0,3% da arrecadação tarifária.

O contratempo começou após o aumento da tarifa, em janeiro, quando o bilhete passou de R$ 3,50 para R$ 3,80. Com o valor “quebrado”, as bilheterias encontraram mais dificuldade para dar troco. Desde então, quando ficam sem moeda suficiente, elas passaram a aplicar desconto a partir de R$ 0,05 e a limitar a compra a um bilhete por passageiro. Em alguns casos, as estações chegaram a vender a passagem por R$ 3,00 – 21% abaixo da tarifa básica.

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Dos 54,9 milhões de bilhetes vendidos no primeiro semestre deste ano, 16.758.185, ou 30,5%, tiveram desconto. O porcentual foi crescendo ao longo dos meses: enquanto em janeiro as passagens arredondadas representaram 4,75% do total, em junho esse número já era de 59,7%, ou seja mais da metade das entradas vendidas. O valor médio cobrado foi de R$ 3,64.

O impacto na arrecadação do Metrô foi de R$ 2,7 milhões, muito superior ao de outros sistemas de transporte. Ao todo, a companhia recolheu R$ 205,3 milhões. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), por exemplo, que também é administrada pelo Governo do Estado, vendeu 1.915 bilhetes unitários magnéticos com desconto. O prejuízo foi de R$ 133,25.

Já a SPTrans, da Prefeitura de São Paulo, que administra o sistema de ônibus, disse não ter registrado perda, uma vez que o repasse das viações por passagem vendida é fixo. Ao todo, 104,1 milhões de passageiros pagaram em dinheiro para andar de ônibus de janeiro a julho de 2016 – ou 6,25% do total de embarques.

Moedas

O efeito do arredondamento da tarifa básica do Metrô representa 0,3% da arrecadação tarifária, segundo a companhia. “Como é sabido, o Metrô, assim como o comércio em geral, tem enfrentado o problema da falta de moedas em circulação, admitido pelo próprio Banco Central”, disse.

A companhia afirmou que solicita, desde o início do ano, aumento na cota de distribuição de moedas e também faz campanhas para que os usuários usem moedas.

Já a CPTM disse que abastece bilheterias com moedas e cédulas de menor valor todos os dias, além de ter intensificado campanha como a do Metrô.

O Banco Central disse que a produção de moeda foi afetada desde 2014 por “necessidade de redução de despesa pública”, mas que a área técnica tem administrado os estoques para atender às demandas. “Já foram tornadas disponíveis, até 19 de agosto, 352 milhões de unidades de novas moedas.”

* Com informações do jornal O Estado de São Paulo

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