Após reclamações de taxistas, a gestão Fernando Haddad decidiu liberar os chamados táxis pretos – mais luxuosos e que só poderiam atuar via aplicativos – a também pegar passageiros nas ruas da capital.
Para isso, os motoristas terão que instalar taxímetros e poderão colocar luminosos, algo também não previsto.
Com tarifa cerca de 25% mais cara do que os convencionais, os táxis pretos poderão ainda praticar a tarifa mais barata, igual à dos taxistas do modelo branco, cujos carros são mais simples.
Os motoristas de táxi preto foram os que mais reclamaram da recente legalização do Uber, com o argumento de que desembolsaram R$ 60 mil no alvará e investiram cerca de R$ 80 mil para comprar modelos de carro exigidos.
Muitos deles procuraram a Secretaria Municipal de Transportes para dizer que estavam endividados.
COMPETIÇÃO
O táxi preto foi criado no ano passado justamente para concorrer com o Uber Black – modelo mais luxuoso e mais caro do aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros.
Quando o novo modelo foi criado por Fernando Haddad, o Uber funcionava por meio de liminar na Justiça e sem regulamentação municipal.
A revolta dos taxistas é motivada pelo fato de os motoristas do Uber não terem sido obrigados a pagar uma licença para atuar, por exemplo, numa espécie de concorrência desleal, segundo eles.
De acordo com o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, a maior parte dos cerca de 1.700 profissionais que atuam com táxi preto eram motoristas que alugavam irregularmente seus alvarás e viram a chance da própria licença.
A prefeitura sorteou 5.000 alvarás, mas nem todos conseguiram entrar no negócio por falta de dinheiro.
A administração acredita que, com a liberação para pegar passageiros nas ruas, os taxistas não ficarão parados à espera de chamadas.
Para evitar isso, aplicativos de táxi passaram a acionar os modelos pretos mesmo para quem pedia os brancos. Mesmo assim, segundo taxistas, a desvantagem continua.
No último dia 14, o prefeito autorizou funcionários da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico a acionar os táxis pretos.
O serviço funcionará por período experimental de três meses, só para esta secretaria. Porém, o mesmo decreto diz que o modelo poderá ser ampliado para os demais órgãos da prefeitura, caso a experiência dê certo e gere economia.
Fonte: Folha de São Paulo