Terminou sem acordo a audiência de conciliação entre o Metrô e o Sindicato dos Metroviários, este que realiza nesta noite uma assembleia para decidir se a categoria entra ou não em greve nesta terça-feira (24/5).
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, se houver paralisação, os metroviários devem respeitar percentuais mínimos de serviço de 80% nos horários de pico e 60% nos demais horários.
A audiência teve mediação do desembargador Willy Santilli e foi realizada no Edifício Sede do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, na Consolação, nesta segunda-feira (23/5).
A categoria pleiteia 10,82% de reajuste mais 6,59% de aumento real. O Ministério Público do Trabalho sugere que o reajuste salarial acompanhe o Índice de Preços ao Consumidor (IPC/Fipe), que está em torno de 10,3%. Já a proposta do Metrô é de 7,5% de reajuste.
Nova audiência foi agendada para o próximo dia 31 de maio, às 13h30. Até lá, haverá mais duas reuniões de negociação entre as partes, nos dias 24 e 30, quando serão discutidos todos os pontos da campanha salarial, inclusive intervalo intrajornada, pagamento de 13º salário, adicional de horas extras, dentre outros.
Em caso de greve, o desembargador Willy Santilli concedeu, durante audiência, liminar que determina a manutenção de 80% do efetivo em horário de pico e 60% nos demais períodos.
CPTM
Trabalhadores da CPTM também irão realizam assembleias nesta noite para verificar a possibilidade de greve nesta terça-feira (24/5).
Na primeira reunião de conciliação desta segunda-feira (23/5) também não teve acordo.
Confira a nota do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região:
“Não houve acordo em mais uma tentativa de conciliação envolvendo a CPTM e os quatro sindicatos que representam seus trabalhadores. A empresa retirou da mesa a proposta feita no encontro anterior, de 10,44% em duas parcelas. A nova oferta é de 7,5% sobre salários e benefícios, retroativos a março de 2016, sem equiparação de benefícios aos valores pagos aos metroviários.
O encontro foi conduzido pelo vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, desembargador Wilson Fernandes, que concedeu prazo de 24 horas para apresentação de defesa e documentos. Na sequência, o processo segue para análise do Ministério Público do Trabalho e, depois, para o relator sorteado. Será então agendado o julgamento.
Diante da falta de acordo e possibilidade iminente de uma paralisação, Fernandes determinou a manutenção de 80% do efetivo de maquinistas. Em relação aos demais empregados, o contingente é de 60% nos horários de pico (entre 4h e 10h e entre 16h e 21h) e de 50% nos demais horários. A liminar proíbe ainda liberação de catracas. Em caso de descumprimento, há previsão de pagamento de multa diária no importe de R$ 100 mil.
A CPTM tem até o início das assembleias, que serão realizadas nesta segunda-feira (23), às 18h, para informar se volta a ofertar o reajuste de 10,44%.”
Os trabalhadores pleitearam inicialmente um aumento de 11,08% em salários e benefícios.
A primeira proposta da CPTM era reajuste de 5,22% nos salários, que seria concedido em duas parcelas.
A CPTM transporta diariamente três milhões de pessoas em seis linhas que somam 257,5 quilômetros operacionais, numa malha total de 260,8 quilômetros. O sistema atende 22 municípios, sendo 19 deles na Região Metropolitana de São Paulo e conta com 92 estações.
São em torno de 8.570 funcionários na CPTM.
Os trabalhadores da CPTM são divididos em sindicatos diferentes de acordo com a origem histórica das linhas. A divisão é a seguinte:
– Sindicato dos Ferroviários de São Paulo: trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa.
– Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana: funcionários das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda.
– Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil: funcionários que atuam nas linhas 11-Coral e 12-Safira.