A quantidade de mortes provocadas por acidentes de trânsito nas ruas da Capital caiu 20% entre janeiro e setembro de 2015, em comparação com o mesmo período de 2014. Estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego aponta para tendência de queda e consolida a eficiência das medidas de segurança no trânsito adotadas na capital, como a redução do limite de velocidade.
Os dados apresentados pelo levantamento mostram que as ruas ficaram mais seguras para pedestres, motociclistas, ciclistas, passageiros e motoristas. Comparando janeiro e setembro de 2014 e de 2015, a redução é de 192 vítimas fatais. Em setembro de 2015, foram registradas 73 mortes no trânsito, 18,9% a menos que no mesmo mês de 2014, quando 90 pessoas morreram em acidentes.
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Em julho de 2015, vias arteriais da cidade passaram a receber um novo padrão de velocidade para garantir a segurança de motoristas e pedestres. Nesse processo, foram priorizadas vias com maior fluxo e os locais com os maiores índices de acidente.
Ainda que, segundo o Detran, a frota da Capital tenha ganhado 50 mil veículos entre julho e setembro de 2015, também foi verificada no período uma redução nos índices de mortes por 10 mil veículos, que caíram 5%. Somente em setembro, comparado com o mesmo mês do ano anterior, este índice caiu 17,7%. Houve queda ainda no indicador de mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, que ficou 14,9% menor em setembro.
Com isso, a Secretaria Municipal de Transportes avalia que a cidade de São Paulo poderá atingir a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) para segurança no trânsito antes do tempo estabelecido, caso seja mantido ritmo de queda. O objetivo é não ultrapassar 6 mortes a cada 100 mil habitantes por ano. Hoje, o índice da cidade é de 8,82; em 2012, era de 12.
A metodologia da pesquisa realizada segue os parâmetros da Organização Mundial de Saúde, com o acompanhamento dos casos por até 45 dias, já que mortes podem ocorrer após a data do acidente.
No total, foram identificadas 951 mortes entre janeiro e setembro de 2014 e 759 mortes no mesmo período de 2015. No caso de pedestres e motociclistas, o estudo mostra um processo de diminuição na quantidade de mortes a partir do início da implantação, em julho de 2015, da redução da velocidade máxima. Por exemplo, em abril, maio e junho de 2015 foram registradas as mortes de 36 motociclistas por mês, enquanto julho, agosto e setembro tiveram, respectivamente, 32, 24 e 29 acidentes fatais envolvendo essa categoria. Se em setembro de 2014 morreram 50 pedestres, o mesmo mês de 2015 apresentou 28 mortes.
Na comparação dos períodos de janeiro a setembro de 2015 com o mesmo período do ano passado, a queda de mortes de pedestres foi de 20,9%; a de motociclistas foi de 17,5%; a de motoristas e passageiros foi de 18,9%; e a de ciclistas foi de 42,1%. Este último dado pode ser explicado também pela expansão da malha cicloviária da cidade, que hoje tem 365,4 quilômetros. Desde julho de 2014, foram abertos 268,8 quilômetros de ciclovias.
Programa de Proteção a Vida
A redução de velocidade máxima nas vias da capital está inserida no Programa de Proteção à Vida (PPV), iniciado em 2013. A medida tem como objetivo a redução de acidentes e atropelamentos na cidade, ampliando uma série de ações para segurança de todos os agentes do trânsito, especialmente os pedestres. Inclui várias frentes como o “CET no Seu Bairro”, a implantação de “Áreas 40”, da “Frente Segura” (bolsões de parada junto aos semáforos para motociclistas e bicicletas), das faixas de pedestres diagonais em cruzamentos de grande movimento e da redução de velocidade máxima para o padrão de 50 km/h nas vias arteriais. Com isso, pretende-se melhorar a segurança dos usuários do sistema viário, buscando a convivência pacífica.