Categoria protesta contra as cerca de 600 demissões feitas pela empresa.
Ato visa chamar atenção dos governos federal, estadual e reverter quadro.
Os trabalhadores da General Motors (GM) em São José dos Campos realizaram na manhã desta sexta-feira (14) um protesto contra demissões na montadora e chegaram a paralisar a Dutra. A ação tem como objetivo chamar a atenção dos governos federal,estadual e municipal e reverter as demissões feitas pela empresa durante a semana.
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O Sindicato dos Metalúrgicos estima que os cortes da GM em São José tenham atingido pelo menos 600 trabalhadores. A montadora não informa o total de demitidos.
De acordo com o sindicato, cerca de 1.500 pessoas participaram do protesto e percorreram durante duas horas um trajeto de cerca de 7,5 quilômetros entre a empresa e o bairro Jardim Paulista. Durante a passeata, os trabalhadores chegaram a ocupar a pista sentido São Paulo da Dutra por cerca de 30 minutos.
Além dos trabalhadores, participaram do ato sindicalistas de regiões como São Paulo, Campinas, Limeira, Baixada Santista e outros. O prefeito Carlinhos Almeida (PT) e vereadores também participaram da manifestação.
“Nossa manifestação recebeu apoio do prefeito, vereadores, liderenças sindicais e dos moradores, que juntos, estão lutando em defesa do emprego. A GM não está em crise, teve 302% de crescimento no trimestre e não precisa demitir. Isso é ganância, quer aumentar o lucro”, disse o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
No início do protesto, houve tumulto após policiais militares entregarem uma cópia da liminar que impede o sindicato de realizar bloqueios na área da fábrica. A liminar em favor à GM foi concedida pela Justiça do Trabalho na quarta-feira (12) e proíbe o sindicato de bloquear a entrada de funcionários na empresa. O documento ainda impede invasões e fixa multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Na quinta (13), a GM acusou o sindicato de descumprir a ordem e chegou a registrar um boletim de ocorrência.
Julgamento da greve
Na terça-feira (11), a GM acionou o Tribunal Regional do Trabalho para impedir a continuidade da greve dos trabalhadores da unidade. No pedido a montadora argumenta que o Sindicato não concorda com a aplicação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e que o movimento de greve não se justifica.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a greve abrange mais de 5 mil funcionários e é uma retaliação às últimas demissões anunciadas pela empresa. Uma reunião entre GM e o Sindicato foi marcada para a próxima segunda-feira (17), em Campinas.
A GM alega ainda que está cumprindo acordo coletivo celebrado com os representantes dos trabalhadores que, primeiramente, foi ajustada a suspensão dos contratos individuais de trabalho (lay off) de 473 trabalhadores, tendo havido a extensão para outros 325 empregados.
A empresa também sustenta que desde 2014 foram tomadas medidas para evitar a dispensa dos empregados, com o intuito de ajustar a mão-de-obra à produção, tendo sido concedidas férias, férias coletivas, licenças remuneradas, banco de horas, suspensão negociada dos contratos de trabalho, além de abertura de Planos de Demissões Voluntárias.
Fonte: G1 Vale do Paraíba