Sobre a rede de ônibus de São Paulo, uma carta circular emitida pela SPTrans tem sido notícia, circulando em vários meios de comunicação. Esta carta circular aponta que os novos veículos do tipo padron e básico a serem adquiridos pela SPTrans poderão não dispor de espaços para cobradores.
Se ainda há pessoas que tem receio que a retirada dos cobradores poderá ter efeito a nível da eficiência do serviço, a verdade é que, segundo os dados da Prefeitura de São Paulo, 95% dos passageiros já pagam as suas passagens por meio do bilhete único.
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Isto significa que a retirada destes profissionais deverá ter um impacto muito reduzido, não sendo sentido no momento em que o passageiro paga a tarifa, como ocorre no sistema atual, quando por exemplo paga junto do próprio motorista de ônibus.
Talvez seja este o ponto mais importante a focar. Os 5% de passageiros que ainda não fazem o pagamento por via do bilhete único, ainda tem de o efetuar via motorista de ônibus. Isto significa que o ônibus terá de ficar retido enquanto a cobrança da passagem seja terminada. Ou então, o motorista terá de dividir a atenção entre a cobrança e a condução, se a pressão para prosseguir com a viagem for alta.
Nenhuma destas situações é ideal. Se por um lado, o ónibus ficar retido no ponto de parada, enquanto os pagamentos são feitos, isto não só poderá causar atrasos nas rotas dos ônibus, ou poderá mesmo causar congestionamentos, agravando o problema de congestionamento em São Paulo.
Isto é potenciado pelo fato de a cidade não contar com uma rede extensa de vias dedicadas a ônibus, e portanto, os mesmos tem de partilhar as vias com os veículos particulares.
Por outro lado, decorrente dos atrasos que podem ocorrer com as coletas, ou do fato da atenção dos motoristas estar dividida entre a condução e a cobrança das tarifas, se estes resolverem dirigir enquanto o fazem, coloca alguns riscos de segurança inerentes óbvios.
Por isso, o que poderá ser feito para evitar estes problemas enquanto se elimina por fim o cobrador nos ônibus? Em primeiro lugar, dever-se-á melhorar o sistema e bilhetes. Esta melhoria pode ser feita através de uma rede de lugares, como quiosques, pontos de pagamento, entre outros, onde o passageiro possa carregar o seu bilhete em a necessidade de recorrer a um cobrador no ônibus.
Opções de carregamento via internet também devem ser consideradas, e encontradas as melhores formas de validação dos mesmos.
Dado que é o desejo de remover o cobrador do sistema, talvez a alternativa passe pela total digitalização do processo, e do papel do cobrador. É, contudo, imprescindível assegurar que esse tipo de função não recai sobre o motorista do ônibus, a fim de que este possa se concentrar na sua função, dirigir o ônibus.
Isto ajudará a reduzir problemas de horários e atrasos nas viagens, bem como minimizar os problemas de segurança que as responsabilidades extras que caem sobre os motoristas acarretam.
Esperemos que as opções tomadas pela SPTrans sejam as melhores na salvaguarda da melhoria dos serviços de transportes urbanos e de eficiência dos mesmos.