Divergências entre a Prefeitura de Guarulhos e o Governo do Estado impedem que o Corredor Metropolitano Guarulhos – São Paulo possa atender os usuários do transporte público entre o Cecap e a Vila Galvão. Com a inauguração prevista para dezembro do ano passado, o equipamento teve sua obra embargada pela Prefeitura no começo deste mês de Junho, por meio da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (STT), que encontrou uma série de irregularidades na execução do projeto.
Apesar de estar quase concluído, não há mais qualquer previsão para a inauguração do corredor que facilitaria a ligação entre as regiões do Taboão até o Cecap. Até agora, a única parte concluída, mas que ainda não tem linhas operando fica entre o Terminal Taboão e o Terminal Cecap, ambos construídos pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano), ligada ao Governo do Estado. Em dezembro, o Terminal Vila Galvão também foi inaugurado. Porém, até agora, quase seis meses depois, nenhum ônibus faz a ligação entre os terminais.
Participe dos canais do Mobilidade Sampa: X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, LinkedIn ou canais no WhatsApp e Telegram
O portal Guarulhos Web teve acesso a um relatório preparado pela STT e encaminhado a EMTU em que elenca vários aspectos que não foram cumpridos no projeto do Corredor Metropolitano e que, mesmo avisada com antecedência, a empresa não teria solucionado. Desta forma, a Prefeitura de Guarulhos afirma que este inconveniente provocou a paralisação das obras, uma vez que trazem prejuízo à população.
A Prefeitura aponta as seguintes situações como danos aos usuários dos sistema de transporte coletivo público: a falta de acessibilidade em vários pontos e travessias, a não implantação do piscinão da Avenida Antônio de Souza que teria sido prometido pela EMTU e não foi feito, a inclusão da estação Gopoúva – tratativas de uma estação de transferência que não foi iniciada até o momento, ausência da ciclovia por falta de continuidade e funcionalidade, além de entender que as obras não estão de acordo com o que foi projetado, inclusive no site da empresa, onde constam três faixas de rolamento nas vias, sendo uma exclusiva para os ônibus.
Durante a entrega do Terminal Vila Galvão, em dezembro, o presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, havia declarado que a ciclofaixa seria substituída pelo Ciclopasseio, uma espécie de estacionamento para bicicletas nas estações ao longo do trajeto. “Eu não chamaria de ciclovia, até porque quando assinamos o convênio desse empreendimento, o projeto inicial não tinha a ciclovia inclusa e pediram para inserir com as obras em andamento”, disse Júnior na época.
A STT elencou outras atribuições que julga serem de responsabilidade da EMTU como a parte elétrica sem recomposição, trechos que já apresentam fissuras e estão “craquelados” por falta de fresagem, falta finalização em serviços de passeios públicos, veículos sem portas à esquerda, o que inviabilizará algumas paradas do Corredor Metropolitano, acúmulo de água no pavimento rígido por falta de declividade, pavimento sem reparos profundos e problemas de qualidade para execução dos pavimentos rígidos e flexíveis.
Para viabilizar a possível correção das falhas apontadas pela STT, a Prefeitura aguarda proposta da EMTU, uma vez que “tem todo o interesse em uma solução que atenda aos dois lados, município e Estado, levando em consideração a segurança da população em primeiro lugar”. Entretanto, a Prefeitura revelou que a EMTU deu a obra por finalizada em 30 de abril deste ano.
A EMTU confirma que a obra do Corredor Metropolitano foi embargada pela STT. Também ressalta que o empreendimento está com 97% da obra concluída e tinha como previsão de entrega a segunda quinzena de maio de 2015. Porém, a emrpesa solicitou autorização à Prefeitura para concluir a obra que deve beneficiar mais de 60 mil passageiros diariamente, o que ainda não ocorreu.