Brasil e Chile firmaram, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a Declaração “Rumo a Sistemas de Transporte Resistentes e de Baixas Emissões para as pessoas, o Desenvolvimento e o Planeta”. O documento reforça o compromisso dos países com a transição para sistemas de transporte público mais sustentáveis, integrando o setor às estratégias globais de mitigação e adaptação climática, com a meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Iniciativas brasileiras para modernizar o transporte público
O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que o Brasil já possui tecnologia consolidada de ônibus elétricos e pretende expandir essas iniciativas para outras regiões. Ele ressaltou que os financiamentos contemplam tanto o setor público quanto a iniciativa privada, buscando facilitar o acesso a crédito para renovar a frota com tecnologia sustentável e de baixa emissão. A expansão da indústria deve tornar o transporte público limpo mais acessível. Reduzindo o custo dos ônibus elétricos, atualmente quase três vezes maior que o dos veículos a diesel.
Além da eletrificação da frota, o ministro enfatizou a necessidade de investir em corredores rápidos de transporte e em outros modais. Como os Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), para tornar a mobilidade urbana mais eficiente e sustentável.
Metas ambiciosas para o transporte público sustentável
O ministro dos Transportes e Telecomunicações do Chile, Juan Carlos Muñoz Abogabir, reforçou que a declaração estabelece metas ousadas para o transporte público. A incorporação em massa da eletricidade no setor visa não apenas reduzir emissões, mas também incentivar a população a deixar os carros a combustão em casa. Promovendo um modal mais limpo e eficiente.
Cooperação internacional para a descarbonização do transporte
A cooperação entre Brasil e Chile nasceu em maio de 2025, durante a Cúpula do Fórum Internacional de Transportes (ITF), em Leipzig, Alemanha. Na ocasião, os representantes iniciaram tratativas para elaborar uma declaração conjunta focada na descarbonização do transporte, especialmente na América Latina e no Caribe.
A Declaração estabelece a meta coletiva de reduzir em 25% a demanda total de energia do setor de transportes até 2035. Garantindo que um terço dessa demanda seja suprida por biocombustíveis sustentáveis e fontes renováveis. O documento alinha-se ao cenário Net Zero da Agência Internacional de Energia, que indica os caminhos para alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Impactos para o transporte e mobilidade urbana
Com essa parceria, Brasil e Chile consolidam uma agenda comum para a transição energética no transporte urbano e a redução das desigualdades nas cidades. A iniciativa inspira outros países a unirem esforços para construir um sistema de mobilidade global de baixo carbono, centrado nas pessoas e no planeta.
O compromisso com o transporte público sustentável inclui a modernização da frota, o investimento em infraestrutura eficiente e a promoção de modais que reduzam a emissão de gases poluentes, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar e a saúde pública.
Conclusão: o futuro do transporte público sustentável no Brasil
O Brasil avança na transformação do transporte público, alinhando-se a compromissos internacionais para reduzir emissões e promover a mobilidade urbana sustentável. A assinatura da declaração com o Chile representa um passo importante para ampliar o uso de tecnologias limpas, facilitar o acesso a financiamentos e investir em soluções integradas que beneficiem a população e o meio ambiente. O transporte público sustentável emerge como peça-chave para o desenvolvimento urbano e a proteção do planeta até 2050.
