A alta no preço dos combustíveis e o risco de adulteração têm levado motoristas e empresas a adotarem novas estratégias para economizar e garantir a durabilidade dos veículos. Especialistas explicam que o consumo, o desempenho e até a segurança estão diretamente ligados à qualidade do combustível e à manutenção do carro. Além disso, fatores regionais influenciam fortemente o preço final nas bombas, exigindo planejamento logístico e atenção redobrada no abastecimento.
Sinais e prejuízos causados por combustível adulterado
De acordo com a especialista em mecânica automotiva Luciana Félix, o uso de combustível adulterado compromete o sistema de injeção e pode causar falhas graves no motor. Entre os principais sinais estão o aumento do consumo, perda de potência, fumaça excessiva e a luz da injeção acesa no painel. O problema atinge bicos injetores, bomba e filtro de combustível, podendo corroer o tanque e até danificar pistões e válvulas.
especialista alerta que o motorista deve agir rápido, guardando o cupom fiscal para comprovar o abastecimento e levando o carro imediatamente à oficina para drenagem do tanque. Essa ação evita danos maiores e garante os direitos do consumidor.
Pneus e direção eficiente ajudam a economizar combustíveis

A manutenção dos pneus é um dos fatores mais eficazes para reduzir o consumo de combustível, segundo a Dunlop. Pneus calibrados corretamente e com resistência ao rolamento adequada exigem menos esforço do motor, o que melhora a eficiência energética e pode gerar economia de até 10% no gasto de combustível. Pneus muito largos aumentam o atrito e elevam o consumo, enquanto medidas incorretas comprometem a dirigibilidade.
Além disso, dirigir com suavidade, sem acelerações e frenagens bruscas, aumenta a durabilidade dos pneus e reduz o gasto. A escolha correta do tipo de pneu, de acordo com o terreno, também impacta o desempenho. Para a Dunlop, tecnologia e hábitos conscientes são aliados importantes na economia diária de combustíveis.
Variações regionais de preço e desafios logísticos dos combustíveis
O preço dos combustíveis no Brasil depende de múltiplos fatores, como localização das refinarias, capacidade de oferta e dependência do transporte rodoviário. Segundo o especialista Vitor Sabag, do Gasola, esses elementos explicam as diferenças entre estados e impactam diretamente o planejamento logístico das empresas. O preço médio do diesel S-10 no país, conforme a Petrobras, foi de R$ 6,06 entre 28 de setembro e 4 de outubro de 2025.
Regiões com poucas refinarias, como o Nordeste, dependem mais de importações e ficam sujeitas à cotação do dólar. No Centro-Oeste, o custo logístico é elevado porque o combustível precisa ser transportado de outras regiões, geralmente por caminhões, o que encarece o frete. Já o Sudeste mantém preços mais competitivos por concentrar a maior parte das refinarias e atender sua própria demanda.
A presença de refinarias privadas, como na Bahia, pode tornar o preço mais volátil, com revisões semanais e variações rápidas. Sabag explica que, apesar de avanços, o Brasil ainda depende do modal rodoviário para a distribuição de combustíveis, o que mantém os custos altos. Alternativas como dutos, cabotagem e ferrovias começam a ser exploradas, mas ainda representam uma parcela pequena da logística.
Para reduzir custos, as empresas devem usar tecnologia, monitorar o consumo em tempo real e planejar rotas considerando os preços regionais. Assim, é possível equilibrar o custo por litro e otimizar o desempenho dos veículos.
Os especialistas concordam que a transparência nos preços e a expansão da infraestrutura são fundamentais para garantir um mercado competitivo e sustentável. Combustíveis de qualidade, manutenção preventiva e planejamento inteligente formam o tripé essencial para eficiência, economia e segurança no transporte brasileiro.
