O transporte intermunicipal de passageiros vive um momento de alerta. Uma nova pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada na quarta-feira (24), mostra que o setor enfrenta dois grandes desafios: a escassez de motoristas qualificados e o alto custo do diesel.
Segundo o levantamento, quase metade das empresas tem vagas abertas. Para 66,2% dos empresários, a maior dificuldade é contratar profissionais capacitados. Além disso, 55,4% apontam o diesel como o principal impacto financeiro, já que 99,2% da frota depende desse combustível.
Transporte intermunicipal sofre com concorrência irregular e pressão nos custos
Outro problema citado é a concorrência com o transporte clandestino. De acordo com a pesquisa, 58,5% dos empresários acreditam que essa prática terá forte impacto até 2028. O transporte irregular prejudica o mercado legal e compromete a segurança dos passageiros.
Mesmo diante desses obstáculos, o transporte intermunicipal continua sendo essencial para a integração regional. Todos os dias, cerca de 7,4 milhões de pessoas utilizam esse tipo de transporte no país.
As principais rotas ligam cidades com até 400 mil habitantes a municípios menores, com até 20 mil moradores. Esse dado reforça o papel social do sistema, que conecta regiões e garante o acesso a serviços de saúde, educação e trabalho.
Empresas familiares dominam o setor de transporte
O estudo também revela que 83,1% das empresas do setor atuam há mais de 20 anos e que 85,4% são geridas por famílias. Muitas operam também em segmentos como fretamento (78,6%) e transporte de cargas (32,1%), o que demonstra uma diversificação relevante.
Segundo Vander Costa, presidente do Sistema Transporte, as linhas intermunicipais são fundamentais para o desenvolvimento das regiões. “Elas garantem cidadania e inclusão para milhões de brasileiros que vivem fora dos grandes centros”, afirmou.