30 km/h nas cidades: a velocidade que pode salvar milhares de vidas

O Brasil enfrenta uma tragédia silenciosa no trânsito urbano, enquanto Helsinque, na Finlândia, conseguiu passar um ano inteiro sem registrar mortes no trânsito. A capital finlandesa adotou o limite de 30 km/h nas ruas urbanas, medida que o governo federal brasileiro propõe agora em consulta pública. Essa redução da velocidade pode salvar até 10 mil vidas por ano, tornando-se um tema central na Semana Nacional do Trânsito, que em 2025 traz o lema “Desacelere – seu bem maior é a vida”.

30 km/h: a velocidade que salva vidas

Reduzir o limite para 30 km/h nas cidades não representa apenas uma mudança na sinalização, mas um compromisso com a preservação da vida. Estudos mostram que um pedestre atropelado a 50 km/h tem até oito vezes mais chances de morrer do que se o impacto ocorrer a 30 km/h. Adalgisa Lopes, presidente da Associação de Clínicas de Trânsito de Minas Gerais (ACTRANS-MG), destaca que a diferença entre um susto e uma tragédia pode ser de apenas 20 km/h, reforçando que essa não é uma questão de opinião, mas de ciência.

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  • Com mais de 30 mil mortes anuais no trânsito, o Brasil ainda não alcança as metas da ONU para segurança viária. O excesso de velocidade responde por um terço dessas mortes, gerando 3,3 milhões de multas no primeiro semestre de 2025, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Portanto, a adoção do limite de 30 km/h nas áreas urbanas pode representar uma mudança significativa para a segurança viária.

    Redução para 30 km/h e a viabilidade do trânsito urbano

    A resistência à redução do limite de velocidade costuma argumentar que o trânsito se tornaria inviável. No entanto, dados brasileiros mostram o contrário. Em Fortaleza, a diminuição de 60 km/h para 50 km/h em avenidas principais aumentou o tempo de viagem em apenas 6 segundos por quilômetro. Em contrapartida, os acidentes caíram 30% e os atropelamentos despencaram 63%.

    Cidades como Paris, Milão, Amsterdã e Nova York já adotaram o limite de 30 km/h, obtendo resultados semelhantes. Essa tendência mundial demonstra que a medida não prejudica a mobilidade, mas transforma as ruas em espaços mais seguros para pedestres, ciclistas e motoristas.

    Fiscalização intensiva e o impacto do limite

    Dados recentes da Polícia Rodoviária Federal indicam que o aumento da fiscalização gera um efeito psicológico preventivo poderoso. No primeiro semestre de 2025, as infrações flagradas subiram 28%, enquanto acidentes, mortes e feridos se mantiveram estáveis ou em queda. Adalgisa Lopes explica que, quando o motorista sabe que será flagrado e punido, modifica seu comportamento imediatamente.

    Assim, a fiscalização intensiva aliada à redução do limite para 30 km/h cria um ambiente mais seguro e contribui para a diminuição das fatalidades no trânsito.

    Além do limite de 30 km/h: o fator humano no trânsito

    Especialistas alertam que reduzir a velocidade, embora fundamental, não resolve o problema sozinho. Giovanna Varoni, diretora de marketing da ACTRANS, destaca que o ser humano responde por mais de 90% dos acidentes. No Brasil, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) exige apenas uma avaliação psicológica única aos 18 anos, sem reavaliações periódicas.

    O modelo de Helsinque reforça uma abordagem integrada: além de reduzir a velocidade para 30 km/h, a cidade estreitou pistas, instalou câmeras automáticas e adotou multas progressivas proporcionais à renda do infrator. Essa combinação de medidas amplia a eficácia na redução de acidentes.

    A escolha está em nossas mãos: limite para salvar vidas

    A proposta de reduzir o limite para 30 km/h nas cidades brasileiras está em consulta pública, e os dados comprovam sua eficácia. A questão principal não é técnica, mas social: o Brasil está disposto a tirar o pé do acelerador para salvar vidas?

    Com 30 mil famílias enlutadas anualmente, a decisão pode definir se o país continuará entre os mais letais do mundo no trânsito ou se seguirá o exemplo de nações que transformaram suas ruas em espaços seguros para todos.

    A Semana Nacional do Trânsito reforça que desacelerar vai além de uma regra, trata-se de um compromisso com a vida. Esse compromisso começa com cada motorista, a cada viagem e a cada decisão ao volante.

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