Neste mês de agosto, vi um vídeo que tem sido amplamente compartilhado nas redes sociais e que me deixou bastante reflexivo. A cena envolve uma escada rolante em uma estação do transporte sobre trilhos, um cadeirante, um pedido de paciência e uma atitude que dividiu opiniões.
O vídeo mostra um funcionário da estação anunciando que iria religar a escada rolante para que um cadeirante pudesse subir, já que o elevador da estação estaria fora de serviço. Ele pediu apenas um minuto. No entanto, uma mulher ignorou o aviso, subiu sozinha e gerou debate.
Quem publicou o relato foi o perfil SP Sobre Trilhos, com palavras do usuário Evandro Mafra, que resumiu bem a situação: “Não foi apenas uma escada que ela subiu, foi também o muro invisível que separa a empatia do egoísmo.” Palavras que, sinceramente, fazem a gente pensar.
Assista:
Escada rolante parada levanta dúvidas e críticas
Recebi o vídeo por vários canais e decidi apurar a origem. Alguns diziam que foi em estação da CPTM, outros do Metrô. Entrei em contato com as assessorias da CPTM, Metrô, ViaQuatro e ViaMobilidade. O Metrô e as duas concessionárias negaram que tenha sido em suas dependências. A CPTM não respondeu até o momento da publicação deste post, mas o espaço segue aberto para manifestação.
Com ajuda de amigos e olhando o uniforme do funcionário no vídeo – que exibe o símbolo da CPTM -, tudo indica que a cena tenha ocorrido na estação Luz. Mas não conseguimos confirmar com precisão nem a data.
A situação levanta várias questões: a escada rolante desligada por manutenção ou para controlar o fluxo? O elevador estava realmente quebrado? E por que a moça decidiu ignorar o aviso? São perguntas que seguem sem resposta.
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Empatia, acessibilidade e manutenção caminham juntos
Muitas pessoas criticaram a atitude da mulher. Outras apontaram a falha da empresa em manter elevadores e escadas rolantes funcionando. Teve ainda quem sugeriu que passageiros poderiam ter ajudado o cadeirante a subir segurando a cadeira.
A verdade é que o transporte público vive essas cenas todos os dias. E apesar de não sabermos todos os detalhes, uma coisa é certa: manutenções precisam ser mais ágeis, elevadores e escadas precisam funcionar e o respeito às pessoas com deficiência precisa ser constante.
A cena da escada rolante desligada e do cadeirante esperando virou símbolo de uma cidade que ainda precisa aprender a se colocar no lugar do outro.