Os ataques a ônibus continuam em São Paulo e já somam 810 ocorrências desde 12 de junho. Entre sexta (18) e sábado (19), 14 novos casos foram registrados, incluindo um episódio em Santo Amaro que terminou com a prisão de um suspeito.
Na noite de sexta-feira (18), por volta das 23h, Jorge Nicolas da Conceição, de 29 anos, apedrejou o para-brisa de um ônibus da linha 5024/31, na Avenida Nossa Senhora do Sabará. O coletivo seguia com dois passageiros, que não se feriram. A Guarda Civil Metropolitana (GCM), que patrulhava a região pela Operação Impacto – Proteção a Coletivos, prendeu o homem em flagrante.
Ataques a ônibus se concentram na Zona Sul
A capital concentra 520 dos 810 ataques registrados no estado. Cerca de 80% desses casos ocorreram na Zona Sul, com destaque para regiões como Santo Amaro. Outros 290 casos aconteceram em linhas intermunicipais. A GCM já prendeu 10 pessoas.
O motorista do ônibus atingido relatou que a pedra foi arremessada com muita força e o barulho foi intenso. O suspeito disse ter ficado nervoso por problemas com seu Bilhete Único, o que o motivou a cometer o ato. Ele possui antecedentes por furto e roubo e segue detido, aguardando audiência de custódia.
Empresas enfrentam dificuldades para manter ônibus nas ruas
A A2 Transportes, responsável pela linha 5024/31, informou à TV Globo que já teve 18 veículos danificados. A empresa relata dificuldades para repor os ônibus, falta de vidros no estoque e média de quatro coletivos parados por dia para reparos. A empresa contratou profissionais extras, mas o volume de ataques ultrapassa a capacidade operacional da garagem.
Ônibus como alvo de disputa sindical e desafios da internet
O DEIC investiga três linhas principais: a disputa interna pelo controle do sindicato dos motoristas, a atuação de grupos organizados que visam causar prejuízo às empresas e a propagação de desafios na dark web incentivando os ataques.
Na tarde deste sábado, a polícia apreendeu dois adolescentes após reconhecê-los em um ataque ocorrido em Itapevi.
Conclusão
Os ataques a ônibus seguem sem trégua e afetam diretamente a mobilidade e a segurança urbana. A resposta das autoridades se intensifica, mas o número de ocorrências continua alto.