Motoristas de aplicativo trabalham mais e lucram menos em 2025

Ganhar dinheiro como motoristas de aplicativo ficou mais difícil em 2025. Um estudo da GigU revela que esses profissionais trabalham até 60 horas por semana, especialmente em São Paulo, mas veem seus lucros encolherem devido a diversos fatores. A promessa de autonomia e bons rendimentos com aplicativos de mobilidade não se concretiza para a maioria, mostrando um cenário cada vez mais desafiador para quem depende dessa atividade.

Desafios enfrentados pelos motoristas de aplicativo

Dados inéditos da GigU mostram que motoristas de aplicativo trabalham, em média, 52 horas semanais no Brasil. Em São Paulo, essa carga chega a 60 horas, com uma lucratividade mensal que não ultrapassa R$ 4.100. Em cidades como Maceió, onde o custo por quilômetro rodado é o mais alto, a renda líquida média mensal cai para R$ 1.800. A falta de transparência nos repasses, o aumento do preço da gasolina e as mudanças nos modelos de precificação das plataformas comprimem os ganhos desses profissionais.

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  • Muitos motoristas aceitam corridas sem saber se conseguirão “zerar o dia”. A GigU atua em 20 cidades brasileiras para oferecer visibilidade e permitir escolhas mais conscientes, ajudando motoristas e entregadores a calcular a lucratividade de cada corrida antes de aceitá-la.

    Lucro apertado e custos elevados

    Mais da metade das cidades analisadas apresentam lucro mensal líquido inferior a R$ 3.000 para motoristas de aplicativo. Manaus e Pelotas registram os piores resultados, com ganhos médios abaixo de R$ 2.200. O custo com combustível chama atenção, como em Belém, onde motoristas gastam em média R$ 2.341,04 por mês, cerca de 40% do faturamento mensal. Além disso, aproximadamente 30% dos condutores alugam seus veículos, reduzindo ainda mais a margem de lucro.

    Flexibilidade ou necessidade?

    Embora a flexibilidade atraia alguns motoristas, a pesquisa da GigU revela que muitos recorrem aos aplicativos por falta de oportunidades no mercado formal. Alguns optam pela flexibilidade, enquanto outros não conseguem se recolocar formalmente. Cidades como Pelotas (RS) e Uberlândia (MG), onde a maioria dos motoristas possui carro próprio, apresentam índices de lucratividade mais altos, mesmo com menor volume de corridas. Isso reforça que custos fixos impactam diretamente a renda final.

    Como motoristas de aplicativo podem melhorar a margem de lucro

    A GigU recomenda que motoristas nunca aceitem uma corrida sem saber quanto ela vai render. A plataforma oferece uma ferramenta de cálculo em tempo real, que estima o valor por hora e por quilômetro, considerando localização, rotas, pedágios, horários de pico e preço do combustível.

    Outras dicas incluem evitar horários com longos períodos de espera, priorizar regiões com alta demanda, revisar e reduzir custos fixos como aluguel, manutenção, seguro e combustível, além de operar com múltiplos aplicativos para maximizar o tempo produtivo e diversificar a renda. A GigU resume: “Quem calcula melhor, trabalha menos e ganha mais”.

    Pesquisa revela situação preocupante dos motoristas de aplicativo

    Uma pesquisa exclusiva da GigU com 1.252 motoristas de aplicativo de todo o país aponta que 92% estão endividados. E 68% afirmam que as dívidas comprometem o pagamento de despesas básicas como alimentação, moradia e contas domésticas. Setenta por cento relatam não ter tempo ou renda suficiente para descansar, e 89% dizem que a rotina impacta negativamente a saúde mental.

    Entre os motoristas mais jovens, com menos de 35 anos, 61% não conseguem planejar o futuro. Devido à imprevisibilidade da renda e ao custo de vida crescente. Além disso, 55% já pensaram em desistir da função, citando insegurança nas ruas, falta de valorização e pressão dos algoritmos das plataformas como principais motivos.

    Campanha para valorizar motoristas de aplicativo

    No dia 25 de julho, a GigU lançou a campanha “Quem move o Brasil precisa ser visto”, que destaca as condições de trabalho desses profissionais e pressiona o setor público e privado por soluções mais justas. A ação inclui uma carreata simbólica e a divulgação de relatos reais nas redes sociais.

    Luiz Gustavo Neves, representante da GigU, afirma que não existe cidade inteligente sem trabalhador digno. A conexão só pode existir com justiça, acesso a direitos e dignidade. A GigU busca dar voz e ferramentas a quem enfrenta esses desafios sozinho.

    Concluindo, motoristas de aplicativo enfrentam um cenário complexo em 2025, marcado por jornadas longas, custos elevados e lucros reduzidos. A transparência, o planejamento e o uso de ferramentas adequadas podem ajudar a melhorar a rentabilidade e a qualidade de vida desses profissionais essenciais para a mobilidade urbana no Brasil.

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