Startup cresce oferecendo crédito e pontos de apoio a entregadores e motoristas de aplicativos

Foto de Kate Trifo por Pexels.com

Em um momento em que está em pauta a promoção da qualidade de vida para entregadores e motoristas de aplicativo, uma startup brasileira tem se destacado no mercado justamente pelo foco nesses trabalhadores informais. A Trampay, que completa quatro anos de operação em 2024, cresce oferecendo crédito, suporte e amparo aos gig workers – aqueles que prestam serviço na Gig Economy, negócios baseados em ferramentas digitais.

Por sinal, a Trampay se configura como a primeira fintech no Brasil voltada aos gig workers. A lacuna foi percebida pelos sócios-fundadores da startup, Jorge Júnior, CEO da empresa, e Tiago Ribeiro, CPO. “A forma como o mercado tradicional administra crédito não atende quem está nas sombras da informalidade. Queremos dar a essas pessoas as oportunidades que elas merecem, como acesso ao crédito, o que pode transformar suas vidas economicamente”, afirma Ribeiro.

Nesse sentido, o banco digital para trabalhadores informais já concedeu mais de R$ 200 milhões em crédito. As condições adequadas aos perfis desses trabalhadores – entendendo, por exemplo, a ausência de uma remuneração fixa – facilitam a obtenção de empréstimos. Uma das principais modalidades oferecidas pela Trampay é a antecipação de recebíveis.

“Isso permite que esses profissionais recebam seus ganhos diários de forma antecipada, por meio de um empréstimo facilitado com taxas abaixo do mercado. Esse mecanismo combate a precariedade financeira imediata, proporcionando uma rotina mais estável e menos incerta”, explica o CPO da Trampay.

Segundo ele, a média por pedido de crédito concentra-se em R$ 150, com 70% desses empréstimos destinados a cobrir necessidades básicas, como gasolina, alimentação e contas atrasadas. “O mais notável é que esses empréstimos apresentam um índice zero de inadimplência. Nossos clientes entendem a importância de ter acesso ao crédito, especialmente porque, normalmente, trabalhadores informais não conseguem crédito no mercado devido à falta de histórico de renda”

Com sede em Brasília, a Trampay está presente em mais de 500 municípios e em 21 estados do Brasil. No primeiro semestre de 2024, a empresa dobrou sua base de usuários e pretende alcançar 300 mil clientes nos próximos anos. O faturamento também registrou um aumento expressivo, triplicando em comparação ao mesmo período do ano passado.

Para Ribeiro, esse crescimento reflete o impacto social gerado pela empresa. “Queremos ser reconhecidos como ‘o banco dos informais’ no país, promovendo inclusão e desenvolvimento econômico com base em três pilares principais: geração de renda, empregabilidade e elevação social.”

Além do estímulo financeiro, a Trampay fornece suporte aos trabalhadores informais. Por exemplo, com pontos de apoio nos quais entregadores e motoristas de aplicativos contam com salas de descanso, de reuniões, guarda-volumes, micro-ondas, geladeira, telefone e tomadas para carregar celular. “Nosso compromisso é entregar tudo que os colaboradores precisam para trabalhar e viver melhor”, afirmam os sócios-fundadores.

A empresa também mira o mercado internacional, com planos de expansão para outros países da América Latina. “As necessidades dos trabalhadores informais na América Latina são semelhantes às do Brasil. Em muitos países, eles enfrentam desafios parecidos para acessar crédito e outros serviços financeiros. Queremos levar nossa solução a esses mercados emergentes”, revela Ribeiro.

Uma etapa fundamental foi cumprida: neste ano, a startup chegou ao chamado “breakeven”. Isso ocorre quando os ganhos do negócio igualam-se aos seus custos e, posteriormente, começa-se a operar com lucro.

“As empresas de tecnologia demoram para alcançar o estágio de caixa positivo. Isso é importante porque significa que entregamos um bom negócio e fizemos um bom faturamento, que já cobre todas as despesas operacionais. Nesse estágio, não dependemos exclusivamente de rodadas de investimento, o que comprova a sustentabilidade do modelo de negócio e independência financeira”, explica o CPO.

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