A cidade de São Paulo enfrentou um dos piores índices de qualidade do ar entre os centros urbanos do mundo nesta segunda-feira, de acordo com a empresa suíça IQ Air, que fornece dados para o braço das Nações Unidas sobre meio ambiente. A combinação de tempo seco, calor e poluição gerada pelas queimadas no interior do estado e no Centro-Oeste do país fez com que São Paulo liderasse o ranking de cidades mais poluídas pela manhã. Ao longo do dia, a cidade foi ultrapassada por Lahore (Paquistão) e Kinshasa (República Democrática do Congo).
A IQ Air coleta dados de diversas fontes, como órgãos oficiais e medições de associações independentes. Em São Paulo, os dados são cruzados entre os da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e medições de uma associação chilena e contribuidores anônimos.
Segundo o monitoramento da Cetesb, às 16h, 20 das 22 estações de medição da região metropolitana classificaram o ar como ruim ou muito ruim. A situação foi considerada “bastante atípica” pela Cetesb, com Maria Lúcia Guardani, gerente da Divisão de Qualidade do Ar, destacando que o cenário vivido nesta segunda-feira é inédito em 40 anos de monitoramento na cidade.
Outras cidades brasileiras também apresentaram níveis preocupantes de poluição, como Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e Campinas (SP), impactadas pelas queimadas e condições climáticas extremas.
Este aumento na poluição afeta diretamente a saúde da população, com a Cetesb alertando sobre os riscos respiratórios para grupos vulneráveis.