Uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber, revelou que 76% das mulheres moradoras de São Paulo já foram vítimas de algum tipo de violência durante seus deslocamentos pela capital, principalmente no transporte público. Entre as formas de violência relatadas, estão olhares insistentes e cantadas (43%), assaltos ou sequestros relâmpagos (35%), e importunação ou assédio sexual (30%).
O estudo também destacou que 48% das paulistanas consideram as ruas da cidade inseguras, em contraste com a média nacional de 26%. As principais causas apontadas pelas mulheres para a sensação de insegurança incluem a falta de policiamento (64%), ruas desertas (56%), e a má iluminação pública (55%).
A pesquisa, realizada entre 21 de junho e 11 de julho de 2024, ouviu 4.001 mulheres e indicou que 9 em cada 10 moradoras de São Paulo consideram importante que a segurança das mulheres seja uma prioridade nas eleições municipais de 2024.
Além das ocorrências de violência, 86% das mulheres relataram sentir muito medo ao circular pela cidade, sendo o assalto, sequestro, estupro e assédio sexual seus principais temores. O estudo também mostrou que políticas públicas como a melhoria da iluminação e a revitalização de espaços abandonados são vistas como fundamentais para aumentar a segurança.
A diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, destacou que o medo relatado pelas mulheres é resultado de suas vivências com a violência urbana e de gênero, e que as paulistanas veem o Estado, especialmente a prefeitura, como o principal responsável por implementar soluções que aumentem sua segurança.