O mercado de bicicletas no Brasil tem mostrado números expressivos nos últimos anos. Em 2023, por exemplo, a produção no Polo Industrial de Manaus foi 456.917 unidades e as vendas, considerando as importadas, atingiram mais de 3,2 milhões de unidades. Os dados são da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike).
Historicamente, as bikes sempre tiveram um papel importante na mobilidade das pessoas. No passado, especialmente entre as décadas de 1950 e 1970, ela era uma opção popular para aqueles que não tinham condições econômicas de adquirir um automóvel.
Nos últimos 40 anos a urbanização se acelerou, os automóveis se popularizaram e as magrelas ficaram em segundo plano. Mas, aos poucos, esse cenário vem mudando e temos visto um movimento de retomada no uso das bicicletas.
Ao contrário de um simples retorno ao passado, o aumento atual é impulsionado por novos fatores: a crescente preocupação com a sustentabilidade, o interesse por um estilo de vida mais saudável e a necessidade de soluções de mobilidade urbana eficientes.
As cidades estão, aos poucos, se adaptando a essa realidade. Ciclovias e ciclofaixas estão sendo ampliadas e conectadas para oferecer maior segurança e conveniência aos ciclistas. Além disso, com o crescimento das políticas de ESG (ambiental, social e governança), tanto governos quanto empresas estão incentivando o uso de bicicletas como uma solução de mobilidade sustentável. No âmbito da saúde, o ciclismo tem se mostrado uma excelente alternativa para combater o sedentarismo e promover uma melhor qualidade de vida.
O futuro das bicicletas parece ainda mais promissor, especialmente com o aumento da popularidade das bicicletas elétricas. Segundo projeções da Aliança Bike, esse mercado no Brasil deve crescer a uma taxa anual de 34% até 2025. O aumento é impulsionado principalmente pelas grandes cidades, onde a mobilidade urbana está cada vez mais comprometida.
Com uma demanda crescente, espera-se que os preços das bicicletas e de suas manutenções se tornem mais acessíveis ao longo do tempo, democratizando ainda mais o seu uso.
No entanto, o aumento do número de bicicletas nas ruas também traz novos desafios, como o crescimento da criminalidade. O roubo de bicicletas, especialmente as de maior valor como as elétricas, tem se tornado um problema recorrente em diversas cidades brasileiras. De acordo com um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve um aumento de 17% nos casos de furto e roubo de bicicletas entre 2020 e 2023.
Diante desse cenário, o mercado de seguros de bicicletas tem se expandido. Os valores, tornando-se uma opção cada vez mais viável para quem deseja proteger sua magrela. Além disso, os planos se flexibilizaram, permitindo escolher a cobertura que melhor se adapta a cada necessidade, seja contra roubo, acidentes ou danos materiais.
Com todas essas transformações, é evidente que a bicicleta está longe de ser apenas uma tendência passageira. O cenário aponta para um aumento contínuo no uso das bicicletas, impulsionado por preocupações com o meio ambiente, saúde, e a necessidade de soluções de mobilidade urbana mais eficientes. E, ao lado desse crescimento, a expansão do mercado de seguros também tende a acompanhar, oferecendo mais segurança e tranquilidade aos ciclistas.
Portanto, à medida que as cidades brasileiras continuam a se adaptar e promover políticas públicas voltadas para a mobilidade sustentável, a bicicleta se consolida como um símbolo de um futuro mais consciente e saudável. Afinal, pedalar é bom para o corpo, para a mente e para o planeta.
*Henrique Volpi, CEO e sócio-fundador da Kakau Seguros e da Kakau Tech, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi co-autor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”. Mais informações no site da Kakau Seguros e Kakau Tech