A América Latina se consolida como a segunda maior região do mundo na substituição de ônibus a diesel por veículos elétricos, atrás apenas da China. Segundo o boletim europeu Sustainable Bus, em julho de 2024, a plataforma E-Bus Radar registrou 5.899 ônibus elétricos em operação na região, sendo 4.849 movidos a bateria e 1.050 trólebus, alguns deles combinados com baterias. Com a recente entrega de 214 novos ônibus elétricos para o Chile, a frota total de veículos elétricos na região superou as 6.100 unidades.
Fabricantes e Países de Destaque
As principais fornecedoras do mercado são as fabricantes chinesas BYD, Foton e Yutong, que dominam o setor. Entretanto, a brasileira Eletra ocupa o quarto lugar no ranking, com 467 ônibus elétricos em circulação em cidades brasileiras.
O Chile e a Colômbia estão à frente dessa transição. O Chile, em especial, destaca-se com 2.659 ônibus elétricos, dos quais 2.480 circulam em Santiago. Em agosto de 2024, a capital chilena recebeu mais 214 veículos Yutong, que devem iniciar operações em breve na zona sul da cidade. A Colômbia, por sua vez, conta com 1.590 ônibus elétricos, a maioria operando no sistema Transmillenio de Bogotá.
Importância da Transição Elétrica
A predominância do transporte urbano por ônibus na América Latina torna essencial a renovação das frotas, que atualmente operam com motores a diesel nos padrões Euro 4 e Euro 5, considerados obsoletos e poluentes. O projeto Aliança Zebra visa acelerar essa transição, promovendo a descarbonização do transporte público.
Uma das principais iniciativas do projeto foi a criação da plataforma E-Bus Radar, desenvolvida pelo LabMob da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A plataforma monitora o progresso da eletrificação das frotas de ônibus na América Latina e também estima a quantidade de gases de efeito estufa poupados por esses veículos. Em julho de 2024, os ônibus elétricos da região evitaram a emissão de quase 6.200 kt de CO2 equivalente.
Meta para 2030
A região tem como objetivo substituir 25 mil ônibus a diesel por veículos elétricos até 2030, uma meta ambiciosa que reflete o compromisso dos países latino-americanos com a sustentabilidade e a redução de emissões no setor de transporte público.