O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), deve divulgar no próximo dia 6 de setembro o relatório preliminar sobre a causa do acidente com o avião ATR-72 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) no início deste mês, resultando na morte de 62 pessoas.
O gravador de voz da cabine do avião, que foi analisado pelo laboratório de leitura e análise de dados do CENIPA, capturou conversas tensas na cabine, incluindo comentários do copiloto sobre “dar potência” à aeronave minutos antes da queda, além de gritos que indicam o desespero a bordo. A transcrição de cerca de duas horas de áudio foi realizada pelos investigadores, mas, até o momento, a análise preliminar sugere que o ATR 72-500 perdeu altitude de maneira repentina. No entanto, o áudio por si só não é suficiente para determinar a causa exata do acidente.
Pós-tragédiaDesde a última quarta-feira (21), a Voepass iniciou o trabalho de limpeza e descontaminação do local da tragédia. A empresa confirmou que a remoção dos pertences dos passageiros e tripulantes foi concluída na noite de terça-feira (20). Esses itens foram enviados para a sede da companhia em Ribeirão Preto (SP), onde passarão por um processo de separação, higienização e descontaminação. Posteriormente, os pertences serão devolvidos às famílias das vítimas.Uma comissão externa da Câmara dos Deputados foi criada para acompanhar de perto as investigações sobre o desastre. Entre as primeiras ações da comissão está a aprovação de uma visita à oficina de manutenção da Voepass em Ribeirão Preto, onde os deputados devem investigar os procedimentos de manutenção e segurança da companhia aérea.O relatório final, que deve esclarecer as causas do acidente e apresentar recomendações para evitar tragédias semelhantes no futuro, ainda levará mais tempo para ser concluído, mas o relatório preliminar de setembro fornecerá uma visão inicial dos fatores que contribuíram para o acidente.