A Pesquisa de Mobilidade da População Urbana de 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), revelou que para 52,7% dos usuários brasileiros de transporte coletivo, o ônibus é a única alternativa disponível de locomoção.
Embora ainda dominante, essa dependência dos ônibus como único meio de transporte sofreu uma redução de 14,3% em comparação com o levantamento de 2017.
No mesmo período, a taxa de usuários do metrô também apresentou uma leve queda, passando de 4,6% para 4,2%.
A pesquisa aponta uma tendência crescente de migração para o transporte individual, como o uso de carros e motos próprios.
O percentual de pessoas que passaram a utilizar o carro próprio subiu de 22,2% para 29,6%, enquanto a posse de motos mais que dobrou, saltando de 5,1% para 10,9%.
Paralelamente, 29,4% dos entrevistados afirmaram ter abandonado o uso do ônibus, e 27,5% reportaram uma diminuição na frequência de utilização desse meio de transporte.
A pesquisa também destaca que o transporte coletivo continua a ser mais utilizado pelas classes de renda mais baixa.
As classes C, D e E constituem 79,2% dos usuários de ônibus, 77,1% dos usuários de trem urbano/metropolitano e 62,3% dos passageiros de metrô.
Esse dado ressalta a importância do transporte coletivo como um serviço essencial para grande parte da população brasileira.
No quesito qualidade, mais de 57% dos entrevistados indicaram que estariam dispostos a pagar uma tarifa mais alta, desde que isso garantisse a possibilidade de viajar sempre sentado.
Além disso, 52,6% aceitariam um aumento na passagem para que fossem utilizados veículos menos poluentes, evidenciando uma preocupação crescente com o conforto e a sustentabilidade no transporte público.
A pesquisa também revelou um aumento significativo no uso de aplicativos de transporte, que passou de 1% em 2017 para 11,1% em 2024.
Esse crescimento foi especialmente notável entre as classes de menor renda, com 56,6% dos novos usuários de aplicativos de transporte pertencendo à classe C e 20,1% às classes D e E.
Vander Costa, presidente do Sistema Transporte da CNT, destacou a importância de usar esses dados para mapear o perfil dos usuários e identificar os principais problemas a serem enfrentados pelo poder público.
Ele enfatizou que, em ano de eleições municipais, é crucial que a mobilidade urbana seja uma prioridade nas propostas dos candidatos, com o objetivo de melhorar a eficiência, a segurança e a acessibilidade do transporte coletivo no Brasil.