Em uma reviravolta de última hora, a greve de motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo, prevista para começar à meia-noite desta quarta-feira (3), foi suspensa no final da noite desta terça-feira (2). A informação foi confirmada pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), e por representantes sindicais.
A mudança ocorreu após uma reunião no gabinete de Milton Leite na Câmara, que contou com a presença de representantes do Sindmotoristas — sindicato que representa a categoria — e da SPUrbanuss, o sindicato patronal. O encontro, que aconteceu pouco depois das 22h, resultou em um acordo que evitou a paralisação.
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Inicialmente, a greve foi confirmada após várias reuniões entre o Sindmotoristas, o sindicato patronal e representantes de órgãos públicos. No entanto, uma nova assembleia será realizada na tarde desta quarta-feira para formalizar os termos acordados.
“As três partes estão satisfeitas. Funcionários, patrões e o prefeito. Não haverá greve”, declarou Milton Leite. Segundo ele, foram ajustados os termos do vale-refeição e os percentuais de reajuste, restando apenas a definição do cronograma de trabalho. “As partes divergentes vão negociar”, completou.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi informado do acordo e ressaltou a importância do diálogo. “A suspensão da greve demonstra respeito à população que depende do transporte público”, disse Nunes.
Edivaldo Santana, presidente do Sindmotoristas, informou que os sindicalistas iriam às garagens comunicar a suspensão da greve e garantir a saída dos ônibus. “Acredito que avançamos bastante”, afirmou Santana, destacando que o vale-refeição, um dos pontos de impasse, terá um reajuste de aproximadamente R$ 3.
Ao longo do dia, ocorreram reuniões no Tribunal de Contas do Município (TCM), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e, no final da tarde, uma última tentativa de conciliação entre patrões e trabalhadores. Na audiência de conciliação no TRT, a SPUrbanuss ofereceu um reajuste salarial de 3,6%, sem atender outras demandas da categoria.
Os trabalhadores reivindicaram um reajuste de 3,69% pelo IPCA, mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais da pandemia, totalizando 2,46%. Além disso, pediram uma jornada de trabalho de 6h30 com 30 minutos de intervalo remunerado, ticket-refeição de R$ 38 por dia, participação nos lucros e resultados e seguro de vida de dez salários mínimos.
O desembargador Davi Furtado Meirelles, do TRT-2, havia determinado que toda a frota de veículos operasse nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 18h), com metade da frota em operação nos demais horários. Em caso de descumprimento, o sindicato dos motoristas poderia ser multado em R$ 100 mil.
Com a suspensão da greve, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) manteve a suspensão do rodízio de veículos na capital nesta quarta-feira, mesmo sem a paralisação.