O Governo de São Paulo finalizou nesta terça-feira (23), em uma cerimônia na B3, o processo de privatização da Sabesp, iniciado em fevereiro do ano passado a partir de um estudo de viabilidade conduzido pelo IFC (International Finance Corporation).
A liquidação da oferta pública realizada na última segunda-feira (22) marcou a conclusão do processo e o início do novo contrato de concessão, assinado em 24 de maio pela Urae-1 (Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário Sudeste).
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Tarifa Reduzida Entra em Vigor
Com a privatização, a tarifa para os serviços de água e esgoto foi reduzida. As tarifas social e vulnerável, que beneficiam 1,3 milhão de pessoas, serão 10% mais baratas. As tarifas residenciais serão reduzidas em 1%, enquanto as demais categorias terão uma redução de 0,5%.
Investimentos e Expansão
A privatização levantou R$ 14,77 bilhões, com a ação precificada em R$ 67, um valor cerca de 20% inferior ao preço atual da ação. A Equatorial Energia adquiriu 15% das ações e outros 17% foram distribuídos em uma oferta pública, que contou com a participação de 17,9 mil pessoas físicas e 290 fundos institucionais.
A desestatização diminuiu a participação do governo estadual no capital social da Sabesp de 50,3% para 18%. A empresa tem como meta antecipar a universalização dos serviços de água e esgoto de 2033 para 2029, com um investimento previsto de R$ 260 bilhões até 2060, sendo R$ 69 bilhões até 2029.
Continuidade e Futuro
Durante o evento, o governador Tarcísio de Freitas e outros líderes ressaltaram o papel social da Sabesp e a continuidade de seu trabalho. “Embora a Sabesp agora seja minoritária do Estado, ela continua sendo patrimônio de São Paulo,” disse Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos.
O novo conselho de administração, composto por nove membros, será responsável pela eleição do novo diretor-presidente e outros diretores, com expectativas de que esse processo ocorra ainda este ano.
Reações e Controvérsias
A privatização gerou controvérsias e críticas. Uma pesquisa Datafolha do ano passado revelou que 53% dos entrevistados eram contra a privatização, enquanto 40% eram a favor. Especialistas também criticaram as regras da privatização, argumentando que privilegiavam uma proposta com valor menor, não a maior.
A privatização foi aprovada após um processo conturbado na Alesp, marcado por tensões e manifestações de sindicatos. O novo modelo escolhido pelo governo busca deixar um legado sustentável e eficiente para o saneamento básico em São Paulo.