Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo consideram suspender a greve após audiência de conciliação

O Sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo se comprometeu a defender a suspensão da greve programada para sexta-feira, 07 de junho de 2024, após uma audiência de conciliação realizada na tarde desta quarta-feira (05) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. A decisão está condicionada à criação de uma mesa técnica para discutir as reivindicações dos trabalhadores.

A proposta de suspensão da greve será apresentada em assembleia da categoria, marcada para a manhã de quinta-feira, 06 de junho de 2024. A decisão final sobre a realização da greve será tomada pelos trabalhadores durante essa assembleia.

A mesa técnica, que deverá ser formada em até cinco dias, contará com a participação do sindicato dos trabalhadores (SMTTRUSP), sindicato dos empresários de ônibus (SPUrbanuss), SPTrans (empresa da prefeitura que gerencia o sistema de ônibus) e da Câmara Municipal, com possível acompanhamento do TRT e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

O presidente do sindicato, durante a audiência, destacou a importância da mesa técnica para atender às reivindicações da categoria e evitar a paralisação dos serviços de transporte público. “A criação dessa mesa técnica é um passo crucial para o diálogo e a negociação das demandas dos trabalhadores, que são essenciais para a melhoria das condições de trabalho e a qualidade do serviço prestado à população”, afirmou.

As principais reivindicações dos trabalhadores incluem:

  • Reajuste salarial de 3,69% conforme o IPCA-IBGE, mais 5% de aumento real.
  • Reposição das perdas salariais da pandemia, calculadas em 2,46% pelo DIEESE.
  • Ampliação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
  • Reajuste do vale-refeição para R$ 38,00 e melhoria na qualidade dos produtos da cesta básica.
  • Fim do termo “similar” nos contratos de trabalho.
  • Reajuste de 17% no seguro de vida, com cobertura de 10 salários mínimos conforme a lei 12.619 (lei do motorista).
  • Melhorias nos convênios médico e odontológico.
  • Jornada de trabalho de 7 horas efetivas (6h30 de trabalho mais 30 minutos de descanso) ou 6 horas trabalhadas e 1 hora remunerada.
  • Revisão dos valores do auxílio funeral e fornecimento de cartão para uso em necessidades emergenciais.

Apesar da posição do sindicato em defender a suspensão da greve, o “estado de greve” continua, e a decisão final será dos trabalhadores na assembleia.

A criação da mesa técnica para negociação é vista como um avanço positivo, permitindo que as partes envolvidas discutam as questões de forma estruturada e busquem soluções que atendam às demandas dos trabalhadores sem comprometer o funcionamento do sistema de transporte público.

Confira abaixo o documento oficial contendo o termo da audiência:

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