O projeto Trem Intercidades (TIC) Eixo Leste, que ligará São José dos Campos a São Paulo, deu um passo importante na última quinta-feira (23) ao ser oficialmente incluído no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP). O anúncio foi feito pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Palácio dos Bandeirantes, após reunião do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas (CGPPP) e do Conselho Diretor do Programa de Desestatização (CDPED).
Detalhes do projeto e investimento
Com o projeto oficialmente integrado ao PPI, o governo estadual iniciará os estudos necessários para definir os detalhes do empreendimento. A estimativa é de que sejam investidos R$ 6 bilhões no TIC Eixo Leste, que promete conectar São José dos Campos e São Paulo com um trajeto previsto para durar 1h15, cobrindo uma distância entre 80 e 130 quilômetros.
Trajeto e linhas consideradas
A proposta é aproveitar as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para o trajeto. As principais opções em discussão são:
- Linha 11-Coral: Ligação da Estação da Luz até Mogi das Cruzes
- Linha 12-Safira: Conexão do Brás até Poá
- Linha 13-Jade: Permite conexão com o Aeroporto de Guarulhos
Segundo o governador Tarcísio de Freitas, a extensão da Linha 13-Jade até São José dos Campos apresenta a maior viabilidade. A ideia é fazer a concessão da Linha 13 junto com o TIC, permitindo uma conexão eficiente entre São José dos Campos e São Paulo.
Cronograma e estudos de viabilidade
Apesar do avanço, ainda não há previsão para o início das operações. A única data concreta é a apresentação do projeto para a iniciativa privada, prevista para 2027. “A gente deve fechar a contratação do BID, que estudou o trem intercidades Campinas-São Paulo, para estudar também o Santos-São Paulo e São José dos Campos-São Paulo. A perspectiva é que a gente feche o contrato para estudos entre junho e julho. Depois a gente tem um período de análise de pré-viabilidade. Depois o estudo propriamente dito, de maneira que eles devem ficar prontos em 2026, para que a gente possa levar a mercado em 2027,” explicou Tarcísio.
Repercussão e impacto regional
O prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), afirmou em entrevista à Rede Vanguarda que a prefeitura tem mantido reuniões técnicas com o governo estadual para discutir a viabilidade do projeto. Segundo Farias, a grande discussão envolve se será necessário construir um novo ramal ferroviário ou utilizar o existente, operado pela MRS.A Associação de Municípios do Vale do Paraíba e Litoral Norte (Amvale) também se manifestou favoravelmente ao projeto. Thales Gabriel (PDSD), prefeito de Cruzeiro e presidente da Amvale, destacou o impacto positivo esperado na região, incluindo melhorias na mobilidade urbana e novas oportunidades de investimento, emprego e recursos.
Expansão futura
Thales Gabriel também mencionou a intenção de discutir com o governo estadual a possibilidade de estender a linha para as cidades do fundo do Vale do Paraíba, como Aparecida. “A gente tem a intenção de trabalhar com o Governo de São Paulo para buscar a extensão dessa linha em duas etapas. Primeiramente até o Vale da Fé, que compõe as cidades do turismo religioso, e posteriormente até o Vale Histórico,” completou.