A Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, que conectará a zona norte à região central da cidade, enfrenta dificuldades geológicas significativas que podem atrasar a entrega das estações em 1.096 dias, ou seja, mais de três anos. Esta informação consta em um relatório da concessionária Linha Uni, responsável pela obra, publicado em março.
Causas do atraso
De acordo com o relatório, a construção das estações enfrenta problemas imprevistos durante os estudos geológicos prévios à licitação. Estes problemas geológicos estão impactando o cronograma da obra. A concessionária solicitou uma compensação financeira ao governo estadual devido aos atrasos.
Histórico da obra
A Linha 6-Laranja já sofreu diversos atrasos desde a sua concepção. Prometida inicialmente para 2010, a construção só começou efetivamente em 2015, mas foi paralisada em 2016. A obra foi retomada em 2020 pela Linha Uni, liderada pela espanhola Acciona. Em fevereiro de 2022, a obra foi novamente interrompida por sete meses devido a uma cratera que se abriu na Marginal Tietê, causada pelo rompimento de uma tubulação de esgoto.
Situação atual
O cronograma atual, admitido pelo governo e pela concessionária, prevê o início da operação da linha entre Brasilândia e Perdizes em 2026, com o restante da linha sendo concluído em 2027. Se os 1.096 dias de atraso forem adicionados, a entrega completa da linha será em 2028.
Atualmente, são cerca de 8,2 km de túneis construídos com duas tuneladoras, e há obras em andamento nas 15 estações previstas. Algumas estações, como Santa Marina, têm mais de 62% da construção concluída, enquanto outras, como Vila Cardoso, têm menos de 30% dos trabalhos prontos.
Impacto financeiro
A Linha Uni afirma que os atrasos causaram um impacto financeiro significativo, resultando em retenção de valores sobre pagamentos de notas fiscais emitidas. Em 2023, as penalidades totalizaram R$ 48,3 milhões. A concessionária e o governo estão avaliando as melhores soluções para os custos adicionais, que poderão ser parte de um reequilíbrio contratual.