Uma proposta inovadora está sendo testada nos túneis do metrô de São Paulo, visando gerar energia eólica aproveitando a força dos ventos em seu interior. A iniciativa foi revelada pelo diretor-presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Júlio Castiglioni, em uma postagem em sua conta no LinkedIn.
São Paulo, com sua extensa rede metroferroviária e uma das maiores operadoras de transporte público do Brasil, enfrenta desafios consideráveis na operação diária, atendendo a mais de três milhões de passageiros por dia, de acordo com dados do Centro de Controle Operacional do metrô do estado em 2019.
A tecnologia por trás desse projeto inovador é desenvolvida pela startup Vento VAWT, composta por especialistas e doutores do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), USP e outras instituições. Eles propõem um novo modelo de turbina eólica de eixo vertical, visando aumentar a eficiência na geração de energia aproveitando o vento gerado pelo deslocamento dos trens nos túneis do metrô, bem como por veículos em rodovias e embarcações em rios e mares.

De acordo com a startup, o aproveitamento da energia dissipada pelos veículos oferece uma oportunidade para a produção de energia limpa em diversas regiões, independentemente das condições naturais de vento e clima, apresentando vantagens em relação às turbinas de eixo horizontais.
Júlio Castiglioni destacou que os testes da turbina eólica foram viabilizados com o apoio do Programa PIPE/FAPESP, sendo projetados especificamente para os túneis do metrô de São Paulo. Ele questionou se a energia gerada pelo deslocamento do ar poderia ser utilizada, por exemplo, para a iluminação das estações, evidenciando o potencial de aproveitamento dessa energia renovável.
O presidente do Metrô de São Paulo também mencionou o MetroHub, um espaço de inovação aberta mantido pela empresa, que facilita a colaboração com outras empresas, startups e universidades.
A geração de energia renovável em sistemas de transporte coletivo é um tema em destaque em todo o mundo. Além do projeto em São Paulo, iniciativas semelhantes foram implementadas em outros lugares, como um metrô em Barcelona que aproveita a energia dos freios para recarregar veículos elétricos, uma estação em Londres que utiliza o excesso de calor para aquecer residências e um trem na Suíça que incorporou módulos solares nos trilhos.