Prefeito de São Paulo visita UPBus sob suspeita de ligação com o PCC

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), gerou polêmica ao visitar a garagem da UPBus, uma empresa de ônibus operando na Zona Leste da cidade, que está sob investigação pelo Ministério Público (MP) devido a suspeitas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Durante a visita na noite de quarta-feira (10), Nunes, acompanhado por uma equipe da SPTrans, elogiou o serviço prestado pela empresa à população. Em suas redes sociais, o prefeito compartilhou a visita e expressou sua satisfação com o desempenho da UPBus: “Queria aproveitar aqui e parabenizar, porque quando a gente tem uma concessionária que presta um serviço, que atende o passageiro”.

Nunes também aproveitou a ocasião para esclarecer que a prefeitura não financia atividades ilegais e apenas remunera as empresas vencedoras de licitações para operar o transporte público na cidade. Ele ressaltou que qualquer investigação ou irregularidade é uma questão para a Polícia Civil e o Ministério Público, enquanto cabe à prefeitura garantir a qualidade dos serviços contratados e remunerados.

A avaliação positiva da UPBus durante a visita foi corroborada pelo presidente da SPTrans, Levi dos Santos Oliveira, que destacou os “índices operacionais bastante satisfatórios” da empresa. A superintendente de Recursos Humanos da SPTrans, Laura Lopes Maia, também elogiou os procedimentos da empresa em relação ao cumprimento da legislação trabalhista e fiscal.

Operação do Ministério Público

A operação realizada pelo Ministério Público teve como objetivo estrangular a atuação do PCC dentro da gestão pública e provocar prejuízos financeiros significativos à facção. Foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de dirigentes das empresas Transwolff e na busca pelo dirigente da UPBus, que está foragido. Além disso, houve o bloqueio de bens dos investigados, no valor máximo de quase R$ 600 milhões.

Conexões perigosas

A investigação revelou conexões preocupantes entre os dirigentes das empresas e a cúpula do PCC. Um dos donos da UPBus, Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, era integrante da facção criminosa e foi brutalmente assassinado em dezembro de 2021. Outros líderes do PCC, como Alexandre Salles Brito e Claúdio Marcos de Almeida, foram identificados como sócios da UPBus e têm histórico de envolvimento em crimes graves.

Intervenção da Prefeitura de São Paulo

Diante da gravidade das descobertas, a Prefeitura de São Paulo anunciou a intervenção nas empresas Transwolff e UPBus. Os contratos de concessão foram revogados, e a gestão das linhas de ônibus foi assumida pelo poder público. Para garantir a continuidade dos serviços, foram nomeados interventores que atuarão na administração das empresas.

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