Mortes envolvendo motocicletas em São Paulo aumentam 25% no primeiro trimestre de 2024

O primeiro trimestre de 2024 trouxe um cenário alarmante para a segurança no trânsito da cidade de São Paulo, com um aumento significativo de 25% no número de mortes envolvendo motocicletas em comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo os dados mais recentes do Infosiga, sistema de monitoramento da letalidade no trânsito do governo estadual, foram registradas 108 vítimas nos três primeiros meses deste ano, em comparação com 86 no mesmo período de 2023.

Este aumento ocorre apesar da implementação das faixas azuis exclusivas para motociclistas, uma das principais iniciativas do prefeito Ricardo Nunes para reduzir a mortalidade no trânsito. No entanto, os números mostram que a eficácia dessa medida está abaixo do esperado.

A expansão das faixas azuis começou em setembro do ano passado e, até o final de dezembro, cerca de 90 quilômetros dessas faixas foram demarcados em dez avenidas da cidade. Apesar disso, o aumento das mortes envolvendo motocicletas tem sido uma tendência constante desde novembro do ano passado, com um aumento de 50% registrado apenas em dezembro.

A gestão municipal, em nota, ressalta uma série de medidas implementadas para melhorar a segurança no trânsito, incluindo a implantação das faixas azuis, a proibição da circulação de motos nas pistas expressas das marginais, a implantação e reforma de faixas de pedestres, entre outras.

No entanto, especialistas destacam a importância da fiscalização e sugerem ações imediatas para conter o aumento das mortes no trânsito. Sérgio Avelleda, coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório Arq. Futuro de Cidades do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, enfatiza a necessidade de reforçar as fiscalizações, tanto eletrônicas quanto com policiais nas rodovias paulistas, e rever os limites de velocidade, destacando que o maior risco no trânsito é a velocidade.

Os desafios apresentados pelos dados do primeiro trimestre de 2024 indicam a urgência de medidas eficazes para garantir a segurança de todos os usuários das vias públicas da cidade de São Paulo.

Respostas da Prefeitura de SP e do Governo do Estado

Em nota, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirma que vem implementado medidas para garantir a segurança no trânsito. Além da faixa azul, o órgão da prefeitura paulistana destaca a proibição da circulação de motos nas pistas expressas das marginais, a ampliação da malha cicloviária e a implementação das Áreas Calmas – com intervenções como melhoria da sinalização e alargamento de calçadas.

“Destaque também para a revitalização e a implantação de 12 mil faixas de pedestres e o aumento do tempo de travessia para pedestres em mais de mil cruzamentos na cidade”, diz.

Também em nota, o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) afirma ter preocupação sobre o recente aumento de mortes no trânsito e enfatiza seu compromisso com a segurança viária e a mobilidade urbana em São Paulo. “O foco de nossas ações continua sendo a preservação da vida e a conscientização dos usuários das vias.”

O órgão da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) informou que, atrelado às ações de fiscalização, realizou 11 campanhas educativas e de conscientização em datas de maior circulação de veículos, além de ações contínuas alertando sobre a importância da segurança na via, como a Operação Direção Segura Integrada, que abordou 24.992 veículos em março em todo o estado, 58,14% a mais em relação ao ano anterior.

“Apesar dos esforços, observamos um aumento de 14,6% no número de recusas ao teste do bafômetro, indicando a necessidade contínua de conscientização e fiscalização”, relata o Detran.

O Detran também destacou que está implantando o Sistran (Sistema Estadual de Trânsito), uma iniciativa que busca a colaboração entre os órgãos municipais, incentivando práticas uniformes e a adesão ao Sistema Nacional de Trânsito.

“Medidas incluem a reativação do Observatório Estadual de Trânsito e a ampliação do Programa Respeito à Vida, visando à padronização de sinalizações e capacitação de agentes de trânsito”, finaliza.

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