A Justiça de São Paulo tornou réus dez dirigentes da Transwolff, empresa de ônibus que presta serviços à Prefeitura de São Paulo e é investigada por sua suposta ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O juiz Guilherme Eduardo Martins Keller, da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, acolheu a denúncia do Ministério Público de São Paulo nesta quarta-feira (24).
Os dirigentes responderão por lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e apropriação indébita, tendo 30 dias para responder à acusação. Três dos denunciados já estão presos, incluindo Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como “Pandora”, dono da Transwolff. Na semana anterior, a Justiça também tornou réus 19 dirigentes da UPBus, outra empresa investigada na operação.
A defesa de Pacheco afirmou que ele não possui ligação com nenhuma organização criminosa e que os recursos utilizados na empresa foram devidamente cadastrados no Banco Central. Os advogados de José Nivaldo Souza Azevedo e Lindomar Francisco dos Santos afirmaram que irão provar a inocência de seus clientes durante o processo. Os contatos feitos com outros denunciados foram feitos sem sucesso.
Segundo a denúncia do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Transwolff e a UPBus receberam mais de R$ 5,3 bilhões da prefeitura desde 2015, ano da assinatura dos primeiros contratos de concessão com a SPTrans, para operação de linhas de ônibus nas zonas Sul e Leste da cidade. Esses contratos foram renovados em 2019 pela gestão do então prefeito Bruno Covas (PSDB), falecido em maio de 2021 aos 41 anos, vítima de câncer.