A Prefeitura de São Paulo está investigando, desde 2022, pelo menos uma das empresas de ônibus da cidade, que está sob a mira do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por suspeita de conexão com o crime organizado.
De acordo com a Controladoria Geral do Município (CGM), a empresa UPBus estava sendo investigada internamente pelo órgão, juntamente com a Transunião, por possível envolvimento dessas empresas de transporte público em atividades de lavagem de dinheiro para organizações criminosas.
No entanto, a CGM não divulgou informações sobre os resultados das investigações realizadas durante esse período nas duas empresas, nem explicou por que ainda não tomou nenhuma medida contra elas.
“A sindicância está em fase de instrução, dentro dos prazos estabelecidos pela legislação vigente. O conteúdo das investigações é confidencial”, declarou a CGM.
Após a realização da Operação ‘Fim da Linha’ pelo MP-SP, a CGM informou que está em contato com os promotores para compartilhar informações, inclusive sobre a Transwolff, que foi incluída na ação do Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco).
“A CGM destaca que faz parte da equipe de intervenção decretada pelo Prefeito Ricardo Nunes nas empresas ‘Transwolff e UPBus’, com a designação de Auditores Municipais de Controle Interno que auxiliarão nos trabalhos a serem realizados pela SPTrans”, afirmou o órgão.
Operação do Ministério Público
A operação realizada pelo Ministério Público teve como objetivo estrangular a atuação do PCC dentro da gestão pública e provocar prejuízos financeiros significativos à facção. Foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de dirigentes das empresas Transwolff e na busca pelo dirigente da UPBus, que está foragido. Além disso, houve o bloqueio de bens dos investigados, no valor máximo de quase R$ 600 milhões.
Conexões perigosas
A investigação revelou conexões preocupantes entre os dirigentes das empresas e a cúpula do PCC. Um dos donos da UPBus, Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, era integrante da facção criminosa e foi brutalmente assassinado em dezembro de 2021. Outros líderes do PCC, como Alexandre Salles Brito e Claúdio Marcos de Almeida, foram identificados como sócios da UPBus e têm histórico de envolvimento em crimes graves.
Intervenção da Prefeitura de São Paulo
Diante da gravidade das descobertas, a Prefeitura de São Paulo anunciou a intervenção nas empresas Transwolff e UPBus. Os contratos de concessão foram revogados, e a gestão das linhas de ônibus foi assumida pelo poder público. Para garantir a continuidade dos serviços, foram nomeados interventores que atuarão na administração das empresas.