Enquanto São Paulo se depara com desafios de infraestrutura que impedem a ampliação de sua frota de ônibus elétricos, Bogotá tem conseguido expandir significativamente o uso desses veículos em seu transporte público, tornando-se um exemplo a ser seguido por outras cidades brasileiras.
Com a segunda maior frota de ônibus elétricos da América Latina, ficando atrás apenas de Santiago, a capital colombiana conta atualmente com 1.486 veículos desse tipo em seu sistema público, representando 14% de sua frota total de 10,6 mil ônibus.
A liderança de Santiago pode ser ameaçada em breve, já que a Colômbia planeja dobrar sua frota elétrica de ônibus em Bogotá, ultrapassando 3.000 veículos.
Enquanto isso, em São Paulo, apenas 0,9% da frota de ônibus é elétrica, totalizando 118 veículos, de um total de 13.289 coletivos. A falta de infraestrutura adequada, como garagens com capacidade de carregamento, tem sido apontada como o principal obstáculo para a expansão desse tipo de transporte na cidade.
A responsável pelo processo de eletrificação do sistema público de Bogotá é a TransMilenio, uma empresa pública semelhante à SPTrans em São Paulo. A gestão eficiente dessa iniciativa tem gerado resultados positivos, incluindo uma redução anual estimada de 94 mil toneladas de gás carbônico.
Enquanto Bogotá assumiu a responsabilidade pela eletrificação e separou todas as etapas dos contratos, São Paulo enfrenta dificuldades devido à falta de compromisso e coordenação entre operadoras, prefeitura e concessionárias de energia.
A Colômbia tem atraído grandes fabricantes do setor, como a chinesa BYD, que produziu a maioria dos ônibus elétricos de Bogotá. Além disso, a cidade oferece segurança jurídica nas licitações e incentivos fiscais para importações de veículos, fatores que têm contribuído para o sucesso do programa de eletrificação.
Diante desses resultados, Bogotá se destaca como um exemplo de como é possível implementar com sucesso a frota de ônibus elétricos em um sistema de transporte público, oferecendo benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a qualidade de vida dos cidadãos.