Nos últimos anos, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, tem testemunhado um aumento alarmante no número de prisões de passageiros transportando cocaína no estômago, conhecidos como “engolidos”. Em resposta a essa tendência preocupante, a administração do aeroporto reativou este mês um scanner corporal projetado para detectar cápsulas ingeridas pelos passageiros.
O equipamento, adquirido pela concessionária GRU Airport, porém operado pela Polícia Federal, é capaz de identificar se um passageiro selecionado para inspeção engoliu drogas ainda no terminal, eliminando a necessidade de exames de imagem posteriores em hospitais.
Embora as autoridades não tenham confirmado oficialmente quando o scanner foi desativado e os motivos dessa decisão, informações apuradas indicam que o aparelho ficou inativo nos últimos cinco anos.
A reativação do scanner já demonstrou sua eficácia durante um teste realizado recentemente, quando uma passageira de um voo para Paris foi presa por tráfico internacional de drogas após engolir cápsulas de cocaína. Esta foi a primeira prisão do ano desde que o equipamento foi reinstalado no maior aeroporto do Brasil.
O aumento das prisões de “engolidos” é evidente nas estatísticas fornecidas pela Polícia Federal de Guarulhos. Nos três primeiros meses deste ano, foram registradas quase tantas prisões quanto em todo o ano passado. Essa tendência preocupa as autoridades, que destacam a dificuldade de fiscalização devido ao volume crescente de pessoas tentando transportar pequenas quantidades de drogas.
Além disso, a PF intensificou as operações de combate ao tráfico de drogas com o uso do scanner corporal. Uma operação recente resultou na detenção de nove suspeitos, que foram encaminhados ao Hospital Estadual de Guarulhos para expelirem as cápsulas, escoltados pela Guarda Civil Metropolitana.