Governo de SP deve assinar o contrato de concessão da Linha 7-Rubi e do Trem Intercidades em 120 dias

A concessão do Eixo Norte, com duração de 30 anos, abrange três serviços principais: o TIC, um serviço expresso de trem de passageiros entre São Paulo e Campinas; o Trem Intermetropolitano (TIM) Campinas-Jundiaí, com paradas em Valinhos, Vinhedo e Louveira; e a linha 7-Rubi, atualmente operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que liga Jundiaí à capital. O prazo de concessão se inicia no momento em que o consórcio assume a gestão da linha 7, com a transferência completa prevista para ocorrer em 18 meses a partir da assinatura do contrato.

O governo paulista realizará um aporte financeiro de aproximadamente R$ 8,94 bilhões para a implementação do Eixo Norte. Os outros R$ 5,26 bilhões serão investidos pela empresa vencedora da concorrência. O secretário estadual de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, destacou a magnitude do projeto, afirmando que será histórico e transformador não apenas para Campinas, mas para toda a região metropolitana.

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  • Ele ressaltou os benefícios significativos para a qualidade de vida das pessoas que poderão utilizar esse meio de transporte, especialmente aquelas que residem em uma cidade e trabalham em outra. Benini expressou gratidão a todos que contribuíram para o desenvolvimento desse projeto.

    Quem é quem?

    A Comporte, que detém 60% da C2, reúne várias empresas de ônibus de linhas regulares e de fretamento, com a holding operando ainda o Metrô de Belo Horizonte e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista, no litoral paulista, através da concessionária BR Mobilidade. O grupo atua em cerca de 700 cidades em 13 unidades federativas, incluindo o Distrito Federal, contando com uma frota de 7,2 mil ônibus entre urbanos, suburbanos, fretamento e rodoviários. A Comporte é da família do fundador da Gol Linhas Aéreas, Nenê Constantino.

    “Não seria possível dar sequência, participarmos (da licitação do TIC), sem que tivéssemos total confiança no trabalho e na excelente condição por parte do governo do Estado”, disse o diretor Institucional da Comporte e coordenador-geral do consórcio C2, José Efraim Neves da Silva. Ele bateu o martelo da B3 para simbolizar a vitória no leilão acompanhado pelos irmãos Henrique e Joaquim Constantino. “É uma honra para nós confiar no governo do Estado, confiar no Brasil para que possamos dar continuidade e também gerar exemplo para que outros também venham a participar e contribuir para o crescimento do Estado e da nação”, afirmou o coordenador do consórcio. 

    A outra integrante da C2 é a estatal chinesa CRRC, que produz locomotivas e vagões usados por operadores de metrôs, bondes e outros veículos. A companhia tem 46 subsidiárias e emprega 180 mil funcionários, número equivalente a toda população de uma cidade do porte de Santa Bárbara d’Oeste.

    A CRRC é fornecedora de composições do metrô e do sistema de trens urbanos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, além de ser responsável pelas novas composições que circularão na Linha 15-Prata do Metrô paulistano. Na América do Sul, ela venceu as concorrências para construir linhas de metrô em Medellín e Bogotá, na Colômbia, além de ter produzido os trens de alta velocidade que ligam Santiago a Chillán, no Chile. A estatal, que tem sede em Pequim, tem faturamento anual em torno de R$ 170 bilhões, segundo a revista Fortune. A companhia tem ainda contratos de venda com países como Alemanha, Suíça, Japão, Estados Unidos, México, Portugal e Turquia.